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sexta-feira, 2 de maio de 2008

SIGNIFICAÇÃO DA LOUCURA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

Se, apesar desse formidável jogo da “moralidade dos costumes”, sob o qual viveram todas as sociedades humanas, se durante milênios antes da nossa era e mesmo no curso desta até os nossos dias. (nós mesmos vivemos num pequeno mundo de exceção e, de algum modo, na zona má) – idéias novas e divergentes, avaliações de juízos de valor contrários nunca deixaram de surgir. Isso só ocorreu porque estavam sob a égide de um salvo-conduto terrível: quase em toda a parte, é a loucura que aplana o caminho da idéia nova, que levanta a proibição de um costume, de uma superstição venerada. Compreendem por que foi necessária a assistência da loucura? De qualquer coisa que fosse tão terrificante e tão incalculável, na voz e nos gestos, como os caprichos demoníacos da tempestade e do mar e, por conseguinte, tão dignos como eles do temor e do respeito? De qualquer coisa que levasse como as convulsões e a baba do epilético, o sinal visível de uma manifestação absolutamente involuntária? De qualquer coisa que parecesse imprimir ao alienado o sinal de alguma divindade, da qual ele parecesse ser como a máscara e o porta-voz? De qualquer coisa que inspirasse, mesmo ao promotor de uma idéia nova, a veneração e o temor dele próprio e não já remorsos, e que o impelisse a ser o profeta e o mártir dessa idéia? – Enquanto em nossos dias nos dão sem cessar a entender que o gênio possui, em lugar de um grão de bom senso, um grão de loucura, os homens de outrora estavam muito mais perto da idéia de que lá onde houver loucura, há também um pouco de gênio e de sabedoria – qualquer coisa de “divino”, como se murmurava ao ouvido. Ou melhor, afirmava-se mais claramente: “Por meio de loucura, os maiores benefícios foram derramados sobre a Grécia”, dizia Platão, filosofo grego, numa citação do livro Fedro, com toda a humanidade antiga. Avancemos ainda um passo: a todos esses homens superiores, impelidos irresistivelmente a romper o jugo de uma moralidade qualquer e a proclamar leis novas, não tiveram outra solução, se não eram realmente loucos, que se tornarem loucos ou simular a loucura – Isso vale para todos os inovadores em todos os domínios e não somente naqueles das instituições sacerdotais e políticas: - até mesmo o inventor da métrica poética teve de se impor por meio da loucura, segundo relata Platão na sua obra Íon. Até épocas bem mais tranqüilas, a loucura permaneceu como uma espécie de convenção entre os poetas: Sólon recorreu a ela quando inflamou os atenienses para a reconquista de Salamina, segundo que narra Plutarco, historiador grego, da vida de Sólon. – “Como alguém se torna louco quando não o é e quando não tem a coragem de fingir que o é”.
Quase todos os homens iminentes das antigas civilizações se entregaram a esse espantoso raciocínio; uma doutrina secreta, feita de artifícios e de indicações da inocência e mesmo da santidade de tal intenção e de tal sonho. As fórmulas para se tornar “homem-medicina” entre os índios, santo entre os cristão da Idade Média, “anguécoque” entre os groenlandêses, “pajé” entre os brasileiros são, em suas linhas gerais, as mesmas; o jejum além dos limites, a prolongada abstinência sexual, o retiro no deserto ou no cimo de uma montanha ou ainda no alto de uma coluna ou também “a permanência num salgueiro velho à margem de um lago” e a ordem de não pensar em outra coisa senão naquilo que pode desencadear o êxtase e a desordem do espírito. Quem ousaria, portanto, lançar um olhar no inferno das angustias morais, as mais amargas e as mais inúteis, onde provavelmente definharam os homens mais fecundos de todos os tempos! Quem ousaria escutar os suspiros dos solitários e dos transviados: “Ah! Dêem-me ao menos a loucura, poderes divinos! A loucura para que termine finalmente por acreditar em mim mesmo! Dêem-me delírios e convulsões, horas de claridade e de trevas repentinas, aterrorizem-me com arrepios e ardores que jamais mortal algum experimentou, cerquem-me de ruídos e de fantasmas! Deixem-me uivar, gemer, rastejar como um animal: contando que adquira a fé em mim mesmo! A dúvida me devora, matei a lei e tenho por lei o horror dos vivos por um cadáver; se não sou mais do que a lei, sou o último dos réprobos. De onde vem o espírito novo que está em mim, se não vem de vocês? Provem-me, portanto, que eu lhes pertenço! Só a loucura a mim o demonstra”. E muitas vezes esse fervor atingia o seu objetivo: na época em que o cristianismo dava amplamente prova da sua fecundidade multiplicando os santos e os anacoretas, imaginando assim que se afirmava a si mesmo, havia em Jerusalém grandes estabelecimentos de alienados para os santos naufragados, para aqueles que haviam sacrificado o seu último grão de razão.

Friedrich Wilhelm Nietzsche

Da loucura nasceu sempre a razão...
Bom, não é bem assim, mas tem algum fundo de veracidade, se pensarmos, que todas as grandes descobertas da humanidade, passaram inicialmente por estágios de grande desconfiança, e de clara afirmação de insanidade mental dos seus mentores.
Veja-se, por exemplo, o dia em que alguém afirmou que a terra era redonda, e as cabecinhas pensadoras daquela época, sobretudo os religiosos que entendiam, que toda e qualquer verdade tinha quer ser exclusivamente a sua, vieram dizer, e afirmar para tudo e todos eu era mentira.
Claro que nessa época, para eles a terra era plana, e tinha uma extensão sem fim.
Melhor ainda, tinha fim, realmente assim que colocavam os pés dentro de água, pensavam que ali era o principio do fim, pois dali para diante seria só água.
Com as descobertas marítimas, a coisa evoluiu, mas pouco, diga-se, pois passaram a acreditar que afinal o fim não era na água, mas para lá da água...
Como sempre surgiam os dogmas, sobre o que existia para além da água!
Quando vieram apresentar a teoria de que a terra girava, então foi o fim, e o gênio dessa descoberta; bom! Coitado, teve que dizer que a verdade era mentir, e que estava mesmo louco.
Pronto, surgiu assim mais um louco, entre tantos gênios loucos.
Mas ninguém pense que a importância da loucura, era para certos setores religiosos, só importante na Idade Media, pois que mesmo nos dias de hoje, se pode chamar de loucos, indiretamente, entre muitos outros, os cientistas.
Se alguém responsável vem a terreno dizer que é importante, algo tão simples como a utilização do preservativo masculino, para evitar a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, tais como a AIDS, isso é desde logo entendido como loucura, pois que o sexo, é o dos anjos, e só pode e deve ser feito, por estes, o resto é reprodução, e sempre feito entre o casal, que nunca por nunca pode pular a cerca, para dar uma saltada a satisfazer os seus apetites mais naturais com a vizinha, ou ...
Como a vizinha é pura e casta, e claro só vai ter relações com aquele vizinho, vira anjinho, branquinho, com asinhas, e tudo bem!
O que acontece no interior das sacristias, por esse mundo afora, é dentro do principio da maior santidade possível, e jamais pode ser atido como pecado...
Para os religiosos, já no tempo em que dizem que o cristo andou á pregar na terra, isso era só santidade, e veja-se por exemplo, Maria Madalena, só existe quando convêm, pois quando se torna incomoda é escondida...
Mas quem será mesmo que está sentada(o) ao lado direito do Cristo nas reproduções da última ceia?...
Para todos aqueles que não são cegos, mas podem ser tidos por loucos; é uma mulher, para os outros, que não querem ver pelos seus próprios olhos, é simplesmente mais um dos apóstolos...
Então como eu não sou cego, prefiro ser louco, e dizer o que realmente lá esta...
Observem bem, não é mesmo a Maria Madalena?!
Porque será que para a maioria das religiões, a mulher é considerada um ser inferior?
Mais uma vez prefiro ser tido por louco e considerar que somos iguais em importância para a humanidade.
Então não será precisamente por essa igualdade de importância que existem homens e mulheres?
Porque será que a humanidade esta contaminada com uma enormidade de doenças sexualmente transmissíveis?
Resposta, por exemplo, da igreja católica:
Porque não se mantiveram castos e puros, e em obediência a uma e um só relação, e outras razões dignas de um folhetim para passar na hora infantil das TV’s do terceiro mundo, que apontam como as causadoras de todo o mal que vem ao mundo.
Digo eu:
Porque a humanidade vive aceleradamente, busca a compensação do tesão diário, do estresse, e para isso não olha a meios para atingir os seus fins. O sexo é para muitos uma compensação para toda a vida que levam, e se não se tomam certos cuidados e se respeitam alguns limites, pois os risco que se correm, podem levar a esse tipo de acidentes, tal como um condutor que não respeita a velocidade limite recomendada, ou mesmo um padre que jurando abstinência sexual, como acontece em todo o lado, exemplo mais recente nos EUA, ultrapassa os seus limites, e muitas vezes até para além do que esta consignado como normal.
Logo, esses passam também a entrar no mundo da loucura.
Quem não respeita regras ou convenções, é louco!
Quem tem idéias fora do comum, é louco!
Quem não cumpre as regras estabelecidas, e veste uma blusa encarnada no dia das blusas amarelas, é louco!
Quem anda calçado na praia, é louco!
Quem anda descalço no meio do alcatrão da avenida, é louco!
Quem beija a esposa em público, e lhe diz alto e bom som: Te Amo, é louco, pois isso é para se dizer em casa...
Quem é anti, anti, anti sistema é louco!
Mas afinal quem neste Mundo é realmente são da ‘cuca’? Quem não é nem um pouquinho louco?
Nietzsche já adivinhava a importância da loucura, em tudo o que o mundo viria a viver após ele. Estávamos a falar de loucura cientifica, pois vamos continuar:
O homem chegou um dia á Lua!
Pois nessa época, já eu era vivo, e sobretudo; os padres, afirmavam que era mentira, tratava-se de uma montagem feita em estúdio, feita só para apoiar as idéias de uns loucos, que queriam explorar o espaço...
Os cientistas evoluíram no estudo das células tronco, e outras descobertas sensacionais. Mas para alguns isso é trabalho de loucos, e deve ser banido, parado, destruído.
A humanidade esta bem assim, até já evoluída demais para o seu gosto.
São todos uns loucos!!!
Porque será que do macaco quadrúpede, e que não dobra os polegares, chegamos até aqui?
Porque será que somos agora bípedes?
Porque será que dobramos os polegares?
Porque será que ninguém começou a exterminar á muitas centenas de anos os primeiros loucos?
Quem sabe a humanidade ficasse lá bem atrás no tempo, sem nada do que temos hoje, e vivesse hoje numa caverna aquecida com uma simples fogueira. NÃO...
Como isso seria possível, se ninguém ia arriscar descobrir o fogo, pois seria loucura!
Sabem: olho para o que Nietzsche escreveu sobre a loucura, e sinceramente, acho que ele tinha razão, em querer uivar, gemer, gritar, e ser lá bem no fundo do seu ser um verdadeiro louco...
Eu gosto de ser louco!
Adoro ser louco!
Mas deixo um pergunta no ar:
Se eu sou louco, e gosto de ser louco, então como é ser ou ficar maluco?
É que; diz-se, que um maluco, não é mais do que um doido, alguém que parece apalermado, ou extravagante.
Um louco é alguém que perdeu a razão, um alienado, temerário, estróina, brincalhão, travesso, apaixonado, furioso, e ate mesmo uma planta da família das Plumbagináceas, que também chamam de queimadeira.
Sendo assim, e uma vez que eu, por exemplo, tenho um pouco de todos estes estados descritos acima, exceto me sentir planta, então eu sou realmente um Louco.
Que maravilha! Eu sou louco!
Divinal!
Então e como é que é não ser louco?
Será um tipo que é sempre certinho, nunca perde a paciência com nada, tem medo de tudo, ou não tem medo de nada, não brinca com absolutamente nada, não faz nem nunca fez travessuras, não se apaixona, nem tem sentimento algum.
Caracas!!!...
De repente, ao ver as varias situações, descobri o que é não ser louco:
É ser assim como uma pedra!
Está correto, sim! Então tanto eu sou Louco como o Nietzsche foi felizmente um dia um grande e saudável louco!
Viva a loucura na construção da humanidade, sem ela hoje nem poderia ter escrito todas estas loucuras, bem amalucadas e bem doidas, que espero sinceramente que algum maluco saudável como eu goste...
Sabem como sou louco, descobri que a loucura foi uma criação de alguns loucos, que abraçaram a religião para se considerarem sãos da ‘Cuca’, mas que lá bem no fundo talvez que sejam um tudo nada só, um pouquinho; menos loucos que eu.
Mas realmente eu prefiro ser assim como sou, LOUCO...
Tem sido graças aos loucos e as suas loucuras que hoje estamos ainda aqui!

‘João Massapina’

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