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sábado, 14 de junho de 2008

ALIENAÇÃO MORAL DO GÊNIO

Pode-se observar Numa certa categoria de grandes espíritos um espetáculo penoso e ás vezes assustador: seus momentos mais fecundos; seus vôos para o alto e para longe não parecem estar conformes ao conjunto da sua constituição e com isso, a ultrapassar de alguma forma ou de outra as suas forças, de modo que sempre permanece uma deficiência e que dela resulta, com o tempo, um defeito da maquina, o qual, por sua vez, se traduz; em naturezas de tão elevada intelectualidade, em todas as espécies de sintomas morais e intelectuais, muito mais regularmente do que em misérias físicas. Esses aspectos incompreensíveis de sua natureza, o que têm de temeroso, de vaidoso, de odioso, de invejoso, de constrangido e de constrangedor, e que se manifesta de repente neles, todo o lado excessivamente pessoal e de coação em naturezas como as de Rousseau e de Schopenhauer, poderia muito bem ser a conseqüência de uma periódica doença do coração: esta, contudo, sendo conseqüência de uma doença nervosa e esta, por fim, conseqüência de... Enquanto o gênio habita em nós, somos cheios de intrepidez, somos como loucos e pouco ligamos à saúde, à vida e à honra; atravessamos o dia com nosso vôo mais livre que uma águia e, na escuridão, nos sentimos mais seguros que uma coruja. Mas de repente o gênio nos abandona e logo um temor profundo nos invade: não nos compreendemos mais a nós mesmos, sofremos com tudo o que não vivemos, é como se estivéssemos no meio de rochedos nus diante da tempestade e ao mesmo tempo somos como lamentáveis almas de crianças que se aterrorizam por qualquer ruído e sombra. – Três quartos do mal cometido na terra acontecem por covardia: e isso é, antes de tudo, um fenômeno fisiológico!

‘Friedrich Nietzsche’

Um comentário:

Unknown disse...

naum intendii nada nadaa dissoõ

Bjus!