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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O fim último da vida não é a excelência!


O autor deste texto é João Pereira Coutinho, jornalista. Vale apena ler!

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades.
Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da
benesse, não levam vidas descansadas.
Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e
numa ansiedade de contornos particularmente patológicos.
Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço,
da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não.
A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com  as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro,
lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de
professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a  criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída
com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em
progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de  sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de
sonho. Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a  mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos.Quanto mais queremos, mais desesperamos.
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por
arrasar o mais leve traço de humanidade.O que não deixa de ser uma
lástima.·
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne,
saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a
felicidade!"
João Pereira Coutinho

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A caminho do Terceiro Mundo

Discute-se muito o país, perdem-se horas em debates televisivos estéreis, mas ainda ninguém constatou uma meridiana evidência: Portugal está a caminho do Terceiro Mundo.
Está a ‘terceiro-mundializar-se’.
Não temos muito que nos espantar: assim como há países do Terceiro Mundo que registam taxas altíssimas de crescimento e se preparam para aceder ao Segundo ou mesmo ao Primeiro Mundo, outros sofrerão a evolução oposta.
A roda do mundo é como os alcatrazes: se uns sobem, outros têm de descer.
É fácil constatar que Portugal está hoje muito pior do que estava há 30 anos: a indústria tradicional (vidro, têxteis, calçado, etc.) ficou obsoleta e não foi substituída por nada, a agricultura não resistiu às tropelias decorrentes da PAC, as pescas entraram em crise prolongada, a marinha mercante afundou-se, a construção naval fechou…
Faça-se o exercício contrário: o que estará melhor do que há 30 anos?
Talvez alguns serviços.
Mas aí, como se sabe, tudo é muito incerto porque a base é volátil.
Diz-se que as pessoas vivem melhor – e é verdade.
Mas isso à custa de quê?
De um brutal endividamento externo que não pode continuar e já vai condicionar as próximas gerações.
Mas o mais assustador – e me fez começar por dizer que estamos a caminho do Terceiro Mundo – é que esta decadência económica foi acompanhada por uma degradação generalizada das instituições.
Veja-se o que se passa na justiça, veja-se o que se passa na política, veja-se – até – o que se passa no desporto.
Na justiça a situação é mais do que calamitosa.
Não são só os casos Casa Pia, Apito Dourado, Operação Furacão, Freeport, Face Oculta – nenhum dos quais foi conduzido de forma célere, eficaz e que transmitisse a ideia de se ter feito justiça.
Não é só o facto de o PGR ser um homem que não se faz respeitar pelos subordinados e em cuja independência os portugueses deixaram de acreditar: cabe na cabeça de alguém, por exemplo, que não tenha sequer lido um processo tão relevante como o Freeport, que envolvia o nome do primeiro-ministro, e depois tenha anunciado um inquérito aos magistrados sob a sua dependência?
Parece mentira, mas não é só isto.
O problema mais grave da Justiça em Portugal é ter-se a sensação de que se instalou uma situação perversa e doentia: o PGR protege o primeiro-ministro, e o primeiro-ministro protege o PGR.
Porquê?
Porque a credibilidade de José Sócrates depende hoje em grande parte de Pinto Monteiro, e a continuidade de Pinto Monteiro depende hoje em grande parte de José Sócrates.
Se assim for – como parece – é de facto uma situação digna de uma república das bananas.
José Sócrates, com tantos casos em que está envolvido, também se assemelha cada vez mais a um chefe de Governo de um país do Terceiro Mundo – e o seu bom entendimento com Chávez não será puramente casual.
E que dizer de algumas figuras que circulam à volta do poder como Armando Vara, Rui Pedro Soares ou Paulo Penedos?
E que dizer de autarcas como Valentim Loureiro, Isaltino Morais, Avelino Ferreira Torres, Mesquita Machado ou Fátima Felgueiras?
Não os vemos sem dificuldade interpretando papéis em novelas mexicanas ou venezuelanas, no papel de personagens duvidosas?
De charuto na boca, usando métodos expeditos e mostrando pouco respeito pelas regras, alguns até são bons autarcas – mas têm indiscutivelmente mais a ver com figuras de certos estados sul-americanos do que com os países da União Europeia.
E que dizer do desporto?  Será compreensível uma Federação não conseguir desfazer-se de um seleccionador em que deixou de confiar?
E será normal um seleccionador receber com palavrões funcionários oficiais que estavam a cumprir a sua tarefa?
E será também normal que se ache este comportamento ‘normal’ – como vieram dizer o ex-primeiro-ministro Santana Lopes, e os presidentes dos dois maiores clubes portugueses, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira?
Já será tudo normal em Portugal?
É admissível que o seleccionador nacional, que devia constituir um exemplo para os jogadores e não só, se comporte de modo arruaceiro?
Achar-se isto ‘normal’ também é revelador sobre o estado do país.
Estamos a caminho do Terceiro Mundo.
A nossa economia está agonizante e não se vê maneira de inverter a situação; estamos a perder valores e referências; as nossas instituições estão em degradação acelerada e não se vê maneira de travar este processo.
A justiça mostra-se impotente e acolhe-se à sombra do poder político; o poder político protege a justiça e torna-a dependente do Governo; o desporto, para lá do que já se sabia, tem um seleccionador em que a Federação não confia, e que não respeita ninguém nem é respeitado; e pessoas responsáveis não vêem aqui nenhum problema.
Num país do Primeiro Mundo tudo isto provocaria um movimento de indignação.
Num país a caminho do Terceiro Mundo, as coisas nem estão tão más como isso.
Jose Antonio Saraiva

«Da cidade, do campo, dos sorrisos» de Margarida Gama de Oliveira

«A poesia não tem presente; ou é esperança ou saudade». Estas palavras de Camilo Castelo Branco, que também foi poeta embora mais conhecido como polemista irascível e novelista apaixonado, aplicam-se ao livro de poemas que hoje nos cabe apresentar. Margarida Gama de Oliveira sabe que todo o poema digno desse nome aspira a ser a grande ponte entre dois mundos separados pelo tempo, pela distância e pela morte.
O poema, tal como a oração, liga de novo o que a erosão da vida se encarregou de separar. O poeta é o sacerdote desta estranha liturgia celebrada numa folha branca de papel (qual altar) com uma caneta, qual hissope com lágrimas no lugar da água benta.
O ponto de partida deste livro é a relação entre a Natureza e a Cultura. O seu primeiro poema é um programa: Naquele vale / a casa onde nasci / A casa onde senti / que havia sol / mãe / um mar de pão / um pai / a dor / leite e amor / água e mel / e uma caneta preta para escrever a vida. O poema olhou à sua volta e descobriu uma paisagem povoada pela chuva e pelos frutos silvestres: Gosto da chuva / sentada / na cadeira da varanda / a conversar comigo (…) Gosto de violetas roxas / perdidas nas levadas (…)
Ao lado da paisagem vegetal o poema registou, na sua particular cartografia, o povoamento humano, os ofícios a desaparecer, como o do cesteiro ou do moleiro:
E aquela mó / para quem a eira / as velas / o moleiro / e o trigo magoado / eram mesmo / só passado.
«Terra de Mel» é um poema que junta de modo hábil a Natureza e a Cultura. O motivo repetido deste poema é a ligação entre o mel (produto da terra) e o coração (produtor de sentimentos). Partindo de uma aldeia na moldura da serra (o casario, as ruas, o rio) o poema alcança a memória da Bíblia (a terra do leite o do mel) sem esquecer o Novo Testamento quando refere a triste traição de Judas.
No poema se registam duas geografias; uma geral (Senti a Primavera desde a primeira hora) e outra particular: Na minha pele / sinto o calor da eira / e a pereira / em flor.
Mas também se revelam viagens dentro dos livros como no poema «Na sala sem lareira» – a autora viveu em África como professora e regressou a África nas páginas de um livro. Não por acaso essa ligação surge a seguir no poema «Amo-te África»:
Canto as tuas / mansidões / teus jorros / de sangue quente / continente de poeiras / cor de nuvens. / Que o teu viço de palmeira / aqueça o rosto frio da Europa.
No contraponto do registo mais rural surge um poema citadino:
Tomo o tom rosa das casas / e caminho as praias de sol de Oeiras. / E as minhas beiras / brandos beirais de andorinhas / trocam os casais / e as madressilvas / pelos areais do mar / em que os olhos / mergulham confundidos / a chorar.
Na lucidez de quem descobre os erros de ortografia do mundo o poema invoca os poetas do passado numa espécie de memória justificativa do seu artesanato invisível:
Sem Catulo, sem Horácio, sem Camões / Só tu Cesário me vais acalentar / Naquele teu jeito caloroso de Verões / E em cidades, em ruas, em lugares / Eu vou de encontro a outros corações / Perfumo-me de cores e sei cantar.
Nunca se fechando no «eu» embora recorra ao «eu» como ponto de partida (mulher vivida, sofrida já de tanto amar) o poema procura sempre o «nós», o olhar colectivo como em «O meu país»: Capaz, capaz disso tudo és tu / que fazes do horizonte o teu sacrário / das tuas mãos em concha o teu baú / e até chamas destino ao teu calvário.
Só assim se justifica a revelação pública de um trabalho pessoal. Neste livro revejo a feliz definição de Maria Eulália de Macedo sobre o trabalho poético: «A poesia é estar atento e aberto ao que somos e nos ultrapassa. É uma espécie de fugidio sacramento, a exigente voz das coisas que são verdade – para além da verdade das coisas».
In Aspirina B

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tsunami foi um golpe triplo

O grande terremoto que provocou um tsunami responsável pela morte de 192 pessoas em Samoa, em Setembro de 2009, não foi um, mas três.
Segundo pesquisa publicada na edição da revista Nature, as ilhas da Polinésia foram atingidas por um golpe triplo. O terremoto de magnitude 8,1 na escala Richter, que foi detectado, escondeu outros dois, quase tão fortes quanto o primeiro.
Os outros terremotos, de acordo com Keith Koper, da Universidade de Utah, e colegas, foram disparados pelo primeiro, tendo ocorrido dois minutos depois e atingido 7,8 graus na escala Richter.
“Achávamos que fosse apenas um terremoto. Mas, ao analisar os dados registrados do evento, verificamos que foram três grandes terremotos. Os dois que ficaram escondidos pelo primeiro foram responsáveis por parte dos danos e das gigantescas ondas”, disse Koper.
Em termos de liberação de energia, segundo o estudo, os dois terremotos de 7,8 graus somados representaram a energia liberada por um terremoto de 8 graus. Ou seja, estiveram longe de ser apenas os tradicionais choques posteriores a um grande evento sismológico.
O terremoto triplo gerou ondas com alturas variadas dependendo da área atingida, mas que em alguns pontos chegaram a quase 15 metros acima do nível do mar.
“Os três contribuíram para o tsunami, principalmente os dois seguintes”, disse Koper. Os terremotos tiveram origem entre 14 e 19 quilômetros de profundidade. O primeiro durou 80 segundos. O segundo começou entre 49 e 89 segundos e, o terceiro, de 90 a 130 segundos após o primeiro.
Os cientistas decidiram investigar o fenômeno que provocou o tsunami em Samoa após a identificação de inconsistências nos sismogramas. “Simplesmente não conseguimos entender como um terremoto poderia produzir tais leituras. Sabíamos que havia algo de estranho, mas levamos meses para descobrir o que era”, disse Koper.
O artigo The 2009 Samoa-Tonga great earthquake triggered doublet (doi:10.1038/nature09214), de Keith Koper e outros, pode ser lido na Nature em www.nature.com.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Faca de 3,4 milhões de anos

A mais antiga evidência do uso de ferramentas de pedra por hominídeos foi descoberta na Etiópia, na forma de dois ossos de ungulados (animais com casco). Também é a mais remota prova de consumo de carne por um ancestral do homem moderno.

A descoberta leva o uso de pedras como ferramentas a cerca de 3,4 milhões de anos atrás, ou mais de 800 mil anos antes do mais antigo exemplo de que se tinha notícia até agora.

O estudo, publicado na edição da revista Nature, foi feito por Shannon McPherron, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, na Alemanha, e colegas de diversos países.

Os pesquisadores encontraram na região de Gona, no país africano, uma costela de um animal do tamanho de um boi e o fêmur de um pequeno antílope que tinha tamanho semelhante ao das atuais cabras. Os ossos estão marcados com cortes que sugerem o uso de ferramentas para a remoção da carne e do tutano dos ossos.

Segundo o estudo, os ossos podem ter sido manipulados por indivíduos da espécie extinta Australopithecus afarensis, à qual pertence a célebre Lucy, descoberta em 1974 também na Etiópia.

As marcas encontradas, de acordo com os pesquisadores, não deixam dúvidas sobre o que significam. Os sinais deixados demonstram o uso de pedra como ferramenta para retirar a carne e quebrar ossos para a extração do tutano.

“Essa descoberta muda dramaticamente o período que conhecemos de um comportamento decisivo de nossos ancestrais. O uso de ferramentas alterou a maneira como eles interagiram com a natureza, permitindo que consumissem novos tipos de alimentos e que explorassem novos territórios”, disse Zeresenay Alemseged, do Departamento de Antropologia da Academia de Ciências da Califórnia, um dos autores principais do estudo.

“Esse uso também levou à própria fabricação de ferramentas, um passo crítico no nosso caminho evolucionário que eventualmente deu origem a todas as tecnologias atuais, do avião ao telefone celular”, disse.

Segundo Alemseged, ao estender o uso de utensílios para auxiliar na alimentação em quase 1 milhão de anos, a descoberta deverá levar a uma revisão dos conhecimento sobre a evolução humana.

Até então, a mais antiga evidência de tal uso que se tinha notícia eram ossos com marcas de corte de 2,6 milhões de anos, encontrados na região de Bouri, também na Etiópia.

Os ossos encontrados agora forem escavados a apenas 200 metros de onde Alemseged e equipe encontraram o fóssil denominado Selam, ou “filho de Lucy”, em 2000. Selam, um exemplar de fêmea jovem de Australopithecus afarensis que viveu há cerca de 3,3 bilhões de anos, representa até hoje o mais completo esqueleto de um ancestral humano já descoberto.

“Após uma década estudando os vestígios de Selam e buscando novas pistas sobre sua vida, agora podemos adicionar um detalhe novo e significativo na sua história. À luz dessa descoberta, é muito provável que Selam carregasse pedras e ajudasse membros de sua família a desossar animais”, disse Alemseged.

O cientista destaca que, embora o uso de pedra como ferramenta seja inquestionável, não é possível saber se as marcas foram feitas com pedras pontiagudas encontradas pelos Australopithecus afarensis ou se elas foram quebradas com essa finalidade.

O artigo Evidence for stone-tool-assisted consumption of animal tissues before 3.39 million years ago at Dikika, Ethiopia (doi:10.1038/nature09248), de Zeresenay Alemseged e outros, pode ser lido na Nature em www.nature.com.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Por obsequio: Senhor PGR saia...


Por obsequio; tenha a dignidade Senhor Procurador Geral da Republica de sair pelos seus pezinhos, ou vamos ser obrigados a correr consigo...
Esta é a grande questão que esta neste momento em cima da mesa, e colocada perante todos os portugueses de boa índole, que pagam religiosamente os imposto, cumprem todas as suas obrigações perante a Justiça, a Lei e a Ordem Publica  e se querem sentir devidamente honrados, respeitados e defendidos enquanto cidadãos de bem.
A situação tornou-se insustentável, com atitudes dignas da mais requintada atuação de grupos estranhos a sociedade, a que delicadamente, e por uma questão de educação, temos que chamar de influencias estratégicas a moda do código de silencio.
Aquilo que aparentemente parecia um pouco de abuso de poder por parte do PGR, com a auto-assunção de poderes extra, que embora se verifique serem de todo inconstitucionais e; por isso mesmo, inéditos, ainda assim tiveram a luz verde de serem concedidos pela anterior maioria parlamentar, afeta ao Partido Socialista, a que não foi estranha a figura de faz de conta e deixa andar do Senhor Presidente da Republica, que a nada questionou, e acabou por virar uma autentica ditadura judicial, colocada nas mãos de um autentico soberano na arte de governar a maquina judicial.
Mas como não existem almoços grátis... o pagamento mais cedo ou mais tarde, teve que ser feito, mesmo que em fase de deliberado desespero político e pessoal de determinada personalidade...
È de todos conhecida a situação de manifesta podridão da sociedade portuguesa, que tem sido corroída por todo o gênero de parasitas a uma velocidade digna de formiga roedora de madeira, e que atingiu já um tal estádio em que o retrocesso se torna praticamente impossível, uma vez que já nem existem pontes devidamente erigidas com o passado de hierarquia, respeito e independência entre os diversos patamares do Estado.
Para se ter uma noção exata, basta perceber o quanto o Ministério Publico tem sido arrasado neste processo seletivo de descaracterização da maquina judiciária, onde nos dias de hoje desapareceu a escada hierárquica e organizativa, mercê de uma tal bagunça criada propositadamente para por um lado domesticar e por outro para desmotivar os mais variados sectores do Ministério Publico a levarem a cabo um trabalho de acordo com a sua historia de independência e perfeita lisura no cumprimentos das leis da Republica Portuguesa.
Não bastavam os podes que se auto-arrogou, e vem ainda e sempre o PGR reclamando mais e mais poderes que diz lhe estarem a  ser negados para poder exercer com toda a legitimidade a sua nobre missão.      
Curioso que sempre que surgem manifestos insucessos (e nos últimos tempos é coisa que não para de acontecer) na maquina judiciária por si comandada e manobrada a seu belo prazer, o senhor PGR nunca os assume como seus, e dos seus mais próximos colaboradores, uma gloriosa equipa de 4 ou 5 magníficos trapalhões, mas sempre os atribui ao Ministério Publico, num sacudir de água do capote, que faz chorar as pedras das calçadas... e envergonhar qualquer mero escrivão, conhecedor das realidades entre muros, e que entende muito bem onde esta o umbigo da questão.
Até agora os portugueses olhavam impávidos e serenos para o pingue-pingue, pongue-pongue, e não conseguiam decifrar a legitimidade das acusações de cada parte envolvida no processo, só que de á uns tempos para cá, todo o mundo se apercebeu afinal onde começava o ribeiro e terminava o rio.
A interferência direta nas esferas de investigação, adulterando com esta sua atitude as reais possibilidades de pleno êxito em investigações de processos, que são mais do que simples processos crime, uma vez que envolvem mais do que potenciais desconfianças sobre figuras como por exemplo o Primeiro Ministro da Republica Portuguesa, aliado ao facto de encurtar prazos, e chegar ao cumulo de destruir provas processuais, para dessa forma criar cortinas de nebelina de tal forma espessas que tornem os processos num imenso Alcacer Quibir, ajudaram a clarificar a aferição da opinião publica em relação a figura da criatura que temos como Procurador Geral da Republica.
Estranha democracia esta, a portuguesa, que tem um Governo eleito por 4 anos, um Presidente por 5 anos, e pode ter um Procurador Geral da Republica nomeado por 6 anos...
O Governo do Partido Socialista, liderado pelo Senhor Pinto de Sousa, tem sabido, como nenhum outro, retirar os devidos dividendos políticos da figura PGR ali colocada, que não tem desperdiçado meios para poder agradar a quem lhe agradou tanto. Por sua vez, o comportamento do Senhor Presidente da Republica é no mínimo nubloso e estranho, ao permitir todo o tipo de manigâncias aliado a um mutismo ensurdecedor que vai consentindo o avolumar de cada vez mais situações indignas para uma Republica que se diz democrática, mas que na verdade não passa de uma mera ditadura dita democrática.
Esta criatura, Pinto Monteiro, fará, se lá chegar, em Outubro próximo, 4 anos de permanência no cargo, e terá ainda pela frente mais 2 anos, mas perante os escandalosos factos, as inconstitucionalidades que o próprio Sindicato do Ministério Publico não se cansa de divulgar e repudiar, se nos afigura de todo improvável que seja possível manter em funções tamanha ‘alimária’ por muito mais tempo, e salvo melhor opinião; meu Caro Procurador Geral da Republica, ou Vossa Excelência por sua livre, e finalmente digna iniciativa, resolve dar corda aos sapatinhos e colocar o lugar a disposição de quem de direito, ou duvido muito que os cidadãos da Republica Portuguesa consigam por muito mais tempo gramar a sua deplorável presença num cargo que se requer seja ocupado por homem digno, impoluto, imparcial, e longe da esfera política, coisas que o cavalheiro andou longe de praticar nestes últimos 1385 dias, de já quase 4 anos de mandato.
Se quer realmente um conselho de amigo, acho que esta mais do que na hora de disfarçar que vai urinar ao Palácio de Belém, e aproveite para deixar lá o seu pedido de renuncia ao cargo, pois quanto mais tempo passa, mais o cheiro a podre saído da Procuradoria Geral da Republica esta a ser inalado por toda a Nação.
Se por obsequio não quer fazer esse grande serviço publico, então tenha como certo que os 720 dias que ainda lhe faltam no pleno uso do tacho, vão acabar por dar comida muito esturricada!
“João Massapina”                

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Máquinas científicas

Agência FAPESP – Há décadas os computadores eletrônicos têm ajudado os cientistas a armazenar, processar e analisar dados. Mas, à medida que uma explosão de novos conhecimentos tem mudado o panorama científico, a tecnologia também está ampliando o poder dos computadores.

Nesse novo contexto, as máquinas passam da simples análise para a formulação de hipóteses, entrando em uma área até então exclusiva aos humanos. De acordo com um artigo publicado na revista Science, em breve os computadores serão capazes de gerar hipóteses úteis sem ajuda dos humanos.

Segundo James Evans e Andrey Rzhetsky, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o fato é que os computadores estão se tornando cada vez menos dependentes de seus criadores.

“Com base em abordagens de inteligência artificial, programas de computadores estão se tornando cada vez mais capazes de integrar conhecimento publicado com dados experimentais, de buscar por padrões e relações lógicas e de permitir o surgimento de novas hipóteses com menos intervenção humana”, disseram.

Segundo eles, novas e poderosas ferramentas computacionais entrarão em cena na próxima década para conduzir experimentos maiores e mais complexos, permitindo um grande avanço em áreas como física, química, biomedicina e ciências sociais.

“No passado, abordagens computacionais foram mais bem-sucedidas em sistemas pequenos e bem definidos do que em maiores, menos conhecidos e mais complexos. A explosão de dados de experimentos de alto desempenho, entretanto, tem apresentado aos pesquisadores sistemas muito complexos”, disseram.

“Encarar esse volume de dados com questões tão grandes quanto em escala e complexidade será crítico porque, como disse Mark Twain, ‘você não pode depender de seus olhos quando sua imaginação está fora de foco’”, destacaram os autores.

O artigo Machine Science (doi: 10.1126/science.1189416), de James Evans e Andrey Rzhetsky, pode ser na Science em www.sciencemag.org.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Canalha


QUE DIZ QUE QUEM GANHA 600 EUROS/MÊS TEM DE GANHAR MENOS AINDA.
PORQUE A PRESTIMOSA FATIMA CAMPOS FERREIRA NÃO FALA DISTO NO “P’RÓS E CONTRAS”?

Os novos pobres
A crise quando chega toca a todos, e eu já não sei se hei-de ter pena dos milhares de homens e mulheres que, por esse país, fora, todos os dias ficam sem emprego se dos infelizes gestores do BCP que, por iniciativa de alguns accionistas, poderão vir a ter o seu ganha-pão drasticamente reduzido em 50%, ou mesmo a ver extintos os por assim dizer postos de trabalho.
A triste notícia vem no DN: o presidente do Conselho Geral e de Supervisão daquele banco arrisca-se a deixar de cobrar 90 000 euros por cada reunião a que se digna estar presente e passar a receber só 45 000; por sua vez, o vice-presidente, que ganha 290 000 anuais, poderá ter que contentar-se com 145 000; e os nove vogais verão o seu salário de miséria (150 000 euros, fora as alcavalas) reduzido a 25% do do presidente. Ou seja, o BCP prepara-se para gerar 11 novos pobres, atirando ainda para o desemprego com um número indeterminado de membros do seu distinto Conselho Superior. Aconselha a prudência que o Banco Alimentar contra a Fome comece a reforçar os "stocks" de caviar e Veuve Clicquot, pois esta gente está habituada a comer bem.

domingo, 1 de agosto de 2010

FILOSOFIA INDÍGENA

UMA NOITE, UM VELHO ÍNDIO CONTOU AO NETO DELE SOBRE UMA BATALHA QUE ACONTECE DENTRO DAS PESSOAS.
ELE DISSE: - MEU QUERIDO, HÁ UMA BATALHA ENTRE DOIS LOBOS DENTRO DE TODOS NÓS:


UM É MAU:

É A RAIVA,  A INVEJA,  O CIÚME,  A TRISTEZA,  O DESGOSTO,  A COBIÇA,  A ARROGÂNCIA,  A PENA DE SI MESMO,  A CULPA,  O RESSENTIMENTO,  A INFERIORIDADE,  AS MENTIRAS,  O ORGULHO FALSO,  A SUPERIORIDADE  E  O  EGO..

O OUTRO É BOM:

É A ALEGRIA,  A PAZ,  A ESPERANÇA,  A SERENIDADE,  A HUMILDADE,  A BONDADE,  A BENEVOLÊNCIA,  A EMPATIA,  A GENEROSIDADE,  A VERDADE,  A COMPAIXÃO  E  A  FÉ.

O NETO PENSOU NAQUILO POR ALGUNS MINUTOS E PERGUNTOU:

- QUAL O LOBO QUE VENCE?

E O VELHO ÍNDIO SIMPLESMENTE RESPONDEU:
 

- O QUE VOCÊ ALIMENTA.