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domingo, 27 de junho de 2010

Prova de Química - Olha que resposta!

Pergunta feita pelo Professor Fernando, da matéria Termodinâmica, no curso de Engenharia Química da FATEC em sua prova final.

Este Professor é conhecido por fazer perguntas do tipo 'Por que os aviões voam?'
Nos últimos exames, sua única questão nesta prova para a turma foi:

'O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta'

Vários alunos justificaram suas opiniões baseados na Lei de Boyle ou em alguma variante da mesma.

Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:

'Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas.

Agora postulemos que as almas existem; assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume. Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume.

Então, a que taxa as almas estão se movendo para fora e a que taxa elas estão se movendo para dentro do inferno?

Podemos assumir seguramente que, uma vez que certa alma entra no inferno ela nunca mais sai de lá. Logo, não há almas saindo.

Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia.

Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno.....

Se você descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus, você vai para o inferno.

Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno.

A experiência mostra que poucos acatam os mandamentos.

Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno. Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno.

A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume do inferno deve ser constante.
Existem, então, duas opções:

1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele explodir, portanto EXOTÉRMICO.
2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se congele, portanto ENDOTÉRMICO.

Se nós aceitarmos o que a menina mais gostosa da FATEC me disse no primeiro ano: 'Só irei pra cama com voce no dia que o inferno congelar' e, levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso na tentativa de ter relações amorosas com ela, então a opção 2 não é verdadeira. Por isso, o inferno é exotérmico.'

O aluno Thiago Faria Lima tirou o único 10 da turma.

CONCLUSÕES:

1) 'A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original.' (Albert Einstein)
2) 'A imaginação é muito mais importante que o conhecimento.' (Albert Einstein)
3) 'Um raciocínio lógico leva você de A a B. Imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser.'
(Albert. Einstein)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Crocodilos usam correntes oceânicas para fazer viagens

Os crocodilos de água salgada viajam centenas de quilómetros e atravessam largas áreas de oceano aberto aproveitando as correntes oceânicas, descobriram cientistas da universidade de Queensland, na Austrália.
Estes répteis, que chegam a atingir os cinco metro de comprimento, não são conhecidos pelos seus dotes como nadadores. Por isso, os cientistas estranharam o facto de se terem conseguido espalhar por todo o Sudeste Asiático: da Índia à China e Austrália.
Analisando dados colhidos por satélite, depois de colocarem aparelhos em 27 animais, os investigadores descobriram que os crocodilos exploram as correntes à superfície e usam-nas para viajar longas distâncias. Um crocodilo de 3,6 metros, por exemplo, viajou 589 quilómetros em 25 dias.
Os investigadores descobriram ainda que os crocodilos esperavam até as correntes mudarem de direcção e que começavam sempre as viagens delonga duração uma hora depois da maré mudar.

Jovem gigante

Agência FAPESP – Os primeiros resultados científicos do observatório espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), revelam detalhes até então desconhecidos do processo de formação de uma estrela.
As imagens divulgadas pela agência mostram milhares de galáxias distantes furiosamente produzindo estrelas, com nuvens resultantes do processo que cobrem grande extensão na Via Láctea.
De acordo com a ESA, os resultados da observação desafiam ideias atuais a respeito da formação de estrelas e abrem novos caminhos para futuras pesquisas.
A observação feita pelo Herschel da nuvem de formação de estrelas denominada de RCW 120 revelou uma estrela em estado embrionário que parece destinada a se tornar uma das maiores e mais brilhantes estrelas na Via Láctea nas próximas centenas de milhares de anos, segundo a agência europeia.
Apesar de estar se formando, a estrela já tem de oito a dez vezes a massa do Sol. Em sua volta, há o equivalente a mais de 2 mil massas do Sol na forma de gás e poeira que poderão servir para alimentar a estrela, aumentando exponencialmente a sua massa.
“Essa estrela somente poderá crescer”, disse Annie Zavagno, do Laboratório de Astrofísica de Marselha, na França, um dos autores do estudo. Ela explica que estrelas massivas são raras e vivem pouco e que capturar a imagem de uma delas representa uma oportunidade valiosa para resolver um antigo paradoxo na astronomia.
“De acordo com nossa compreensão atual, não deveria ser possível a formação de estrelas com massa maior do que oito vezes a do Sol”, disse. O motivo é que a luz furiosa emitida por tais estrelas gigantescas deveria explodir suas nuvens de nascimento antes que mais massa pudesse ser acumulada.
Mas, de algum modo, isso ocorre. Muitas dessas estrelas “improváveis” são conhecidas, algumas contendo até 150 vezes a massa do Sol. Mas, agora que o Herschel observou uma pouco depois de seu nascimento, os cientistas podem usar os dados obtidos para investigar como isso desafia suas teorias.
Lançado em maio de 2009, Herschel é o maior telescópio astronômico já posicionado no espaço. O diâmetro de seu espelho principal é quatro vezes maior do que qualquer outro telescópio em infravermelho anterior e uma vez e meia maior do que a do Hubble.
Mais informações: www.esa.int/SPECIALS/Herschel/index.html

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Copa do Mundo

As coisas são assim, dão certo e dão errado. Pessimismo nunca foi a minha praia. Logo, acredito que na Copa da África do Sul a seleção brasileira não vai fazer feio.
Minha confiança deve-se ao técnico Dunga, mesmo contrariando boa parte dos torcedores. Cujo elemento predominante de ensinamento é o “trabalho de equipe”, onde a conscientização de seus jogadores é de que as necessidades, compromissos e problemas individuais devem estar subordinados aos compromissos, necessidades e problemas da equipe. E o melhor: pouco se lixando para quem não comunga com suas idéias.
Note-se: isso nem sempre é fácil. Às vezes, alguns jogadores se chateiam, ficam indignados quando a equipe exige algum comprometimento extra. Mas, está aí, a história das Copas, a razão do sucesso das equipes vencedoras.
Estamos já em plena Copa do Mundo. Como disse um amigo meu, num espasmo de contentamento: “Não há mais flamenguista e corintiano, roqueiros e sambistas, petistas e tucanos. O povo se une pelo mesmo ideal: torcer para que o Brasil traga hexacampeonato”.
Na copa de 70, ainda menino, me lembro com implacável nitidez, aquela vitória do tri campeonato no México. O povo - de forma magnífica, estupenda, ululante alegria - cantando pelas ruas: A taça do mundo é nossa... Depois, compreendi o porquê da fraseologia citada magistralmente por Nelson Rodrigues: A seleção é “a pátria de chuteira”.
Não faz muito tempo, li um livro no qual registrava que, na Copa de 1958, o chefe da delegação da seleção canarinho, Paulo Machado de Carvalho, soube de última hora que o nosso time jogaria com a camisa reserva, azul. Desconfiou que os jogadores ficassem abalados e saiu por cima. Entrou vibrante na concentração, dizendo: “Sorte a nossa! Vamos jogar com a cor do manto da nossa padroeira!”. Tirou do bolso estampa de Nossa Senhora Aparecida. O Brasil goleou a Suécia por 5 a 2, trazendo o primeiro título mundial.
Vejam só. Nunca duvidei de que Deus escreve certo por linhas tortas. Entre mortos e feridos. Farpas e venenos. Agora, estou convencido que a Copa só tem graça (para nós) se houver a participação do Brasil e da Argentina. Como não bastasse a luta pelo melhor jogador de futebol de todos os tempos (Pelé e Maradona), tem a imprensa instigando a rivalidade entre os dois países latinos. Nossa! Nitroglicerina esportiva pura.
A causa da mania de grandeza ou mesmo uma irresistível propensão à arrogância dos argentinos, há anedotas célebres a respeito, como aquela do argentino que pensa que é inglês, mas é um italiano que fala espanhol, ou a que diz que o argentino se suicida atirando-se do próprio ego.
Então, só me resta ficar resmungando no meu canto: Que vengan los hermanos!

LINCOLN CARTAXO DE LIRA

quinta-feira, 17 de junho de 2010

CARA-METADE

Sou da época de que namorar era a mais difícil das conquistas. Hoje, no mundo virtual em que convivemos, ficar solteiro é motivo para desespero e estresse. Basta dar uma olhadinha na internet para ver a quantidade de sites de namoro: “Marque já um encontro! É grátis e rápido!”.
O namoro em geral – não importa – no bar, na festa, no colégio, na praia, no shopping, de repente olhos se encontram. Primeiro uma ansiedade, um calor no peito que logo se espalha em calafrios que procuramos disfarçar. Um leve suor nas mãos.
No primeiro encontro, ocorre uma conversa fútil e sem sentido, os lábios ressecam um pouco antes do primeiro beijo, as palavras tremem embaraçadas em pensamentos confusos. Joelhos que mal sustentam o peso do corpo. Esquecemos do mundo lá fora em eternas horas de silenciosa saudade ao telefone.
Pouco a pouco sem perceber, o tempo vai passando, a paixão aumentando e os lábios já não suficientes para acalmar o “fogo” despertado pelo amor. São os apostos que se atraem ou as afinidades que formam os melhores pares? Esse enigma nenhum filósofo até então decifrou. De uma coisa todo mundo tem certeza: existem casais de namorados de todos os tipos. Modernos, briguentos, do mesmo sexo, intelectuais, à distância, casados, solteiros, sofisticados, ficantes, etc., etc.
Não há solução mágica para encontrar a verdadeira namorada (ou namorado). Apenas conscientize-se que você é o vetor dela e só você pode conquistá-la. Por isso foque sua atenção em um ponto fixo e apenas respire. . . mentalize um campo fixo de alfazema. . . e lá vai você com aquele “olhar 43” e de “dom matador” – ô presa fácil!
Porquanto, nada de revelação bombástica, laudável que saibamos dar um ou outro o que temos em nós, no corpo e no espírito; que nos aceitamos e nos amamos como somos, com as riquezas e limitações que temos. Crescendo numa mútua admiração e atração, a ponto de nos tornarmos um só: no pensar, no agir e no conviver.
Não importa a turbulência da idade: 40, 50, 60 anos. . . Que o tempo passa para todos nós é nenhuma novidade. A vida está aí para ser desfrutada e acalentada. Enamorado, então, melhor ainda. Jamais pensar em deixar e de procurar a sua cara-metade. Afinal de contas, a idade é só um número.

LINCOLN CARTAXO DE LIRA

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homem moderno tem traços de DNA de neandertais

Evolução humana

Os neandertais (Homo neanderthalensis) desapareceram há mais de 30 mil anos, mas isso não impediu que tivessem seu genoma sequenciado. A novidade é o destaque da edição da revista Science.
O sequenciamento, feito por um grupo internacional de cientistas a partir de DNA extraído de ossos com cerca de 40 mil anos, permitirá entender melhor a evolução humana.

DNA de neandertais no homem moderno

Uma evidência importante resultante do trabalho já está no próprio artigo que descreve o sequenciamento: a de que os neandertais cruzaram com os primeiros representantes do homem moderno.
O resultado do cruzamento é que pedaços do genoma do neandertal estão presentes nos genomas de grande parte da população mundial atual.
"Agora podemos dizer que houve troca de genes entre os neandertais e os humanos modernos", disse o primeiro autor do artigo, Richard Green, professor de engenharia biomolecular da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos.
"A sequência genômica do neandertal permite que comecemos a definir todas as características de nosso genoma que são diferentes de nosso parente evolutivo mais próximo", disse Svante Pääbo, que coordena o Projeto do Genoma do Neandertal, que envolve um consórcio de instituições de pesquisa em diversos países na Europa e nos Estados Unidos.

Chimpanzé e neandertal

A comparação com os genomas do chimpanzé e do neandertal permitiu que os autores do estudo identificassem uma série de características genéticas únicas e exclusivas do homem moderno.
Genes envolvidos no desenvolvimento cognitivo, na estrutura do crânio, no metabolismo energético e na morfologia da pele estão entre aqueles destacados no estudo como tendo passado por importantes mudanças na evolução humana recente.
"Apenas arranhamos a superfície. O genoma do neandertal é uma mina de ouro de informações a respeito da evolução humana recente e será muito usado por muitos anos", disse Green.

DNA dos neandertais

Os neandertais coexistiram com o homem moderno na Europa durante milhares de anos e evidências fósseis levaram alguns cientistas a especular que teria ocorrido o cruzamento entre as espécies.
Mas o sequenciamento mostrou que há sinais de DNA de neandertal não apenas no genoma de europeus atuais, mas também em habitantes do leste da Ásia e até de Papua-Nova Guiné, onde os neandertais nunca viveram.
"O cenário não é o que a maioria imaginou. Encontramos o sinal genético dos neandertais em todos os genomas de não-africanos, o que implica que a mistura ocorreu muito cedo, provavelmente no Oriente Médio, e é compartilhada com todos os descendentes dos primeiros humanos que deixaram a África", disse Green.

Herança perdida

Mas os pesquisadores não encontraram evidência de algo geneticamente importante que o homem moderno tenha herdado do neandertal. "O sinal está distribuído esparsamente pelo genoma, como migalhas de pão que sinalizam algo que ocorreu no passado", disse.
O esboço da sequência do genoma do neandertal agora divulgado é composto de mais de 3 bilhões de nucleotídeos. A sequência foi derivada do DNA extraído de ossos encontrados na caverna Vindiga, na Croácia, com idades entre 38 mil e 44 mil anos.

30 milênios

Sequenciar o genoma do neandertal foi um trabalho muito complexo, uma vez que os ossos não estavam bem preservados e mais de 95% do DNA extraído era de bactérias e de outros organismos que colonizaram as amostras.
Ao analisar o genoma, os pesquisadores estimam que as populações ancestrais do neandertal e do homem moderno tenham divergido entre 270 mil e 440 mil anos atrás. A estimativa é que os cruzamentos entre as espécies tenham ocorrido entre 50 mil e 80 mil anos atrás.

Mudança de rumo

Agência FAPESP – Há 360 milhões de anos, uma extinção em massa de peixes pode ter mudado os rumos da vida na Terra, abrindo caminho para a biodiversidade de vertebrados modernos.
De acordo com um estudo feito por cientistas da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, uma extinção em massa teria alterado a composição das espécies em uma época próxima àquela em que os primeiros vertebrados se arrastaram da água em direção à terra.
As poucas espécies que sobreviveram a esse gargalo evolucionário estariam na origem de todos os vertebrados contemporâneos, incluindo os humanos. O estudo foi publicado no site e na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“A extinção foi global e ‘reiniciou’ a diversidade em cada um dos ambientes, seja marinho ou de água doce, criando um mundo completamente diferente”, disse Lauren Sallan, autora principal do trabalho.
O período Devoniano – entre 416 milhões e 359 milhões de anos atrás – é também conhecido como a Era dos Peixes pela ampla gama de espécies presentes em ambientes aquáticos da Terra. Placodermos couraçados como o gigantesco Dunkleosteus terrelli e peixes de nadadeira lobada (com lobos) dominaram as águas, enquanto os peixes de nadadeiras raiadas, tubarões e tetrápodes eram minoria.
Mas, entre o período Devoniano tardio e o período seguinte, o Carbonífero, os placodermos desapareceram e os peixes de nadadeira raiada substituíram rapidamente os de nadadeira lobada como grupo dominante – uma alteração demográfica que persiste até hoje.
“O Devoniano era conhecido como a Era dos Peixes, mas de outro tipo de peixes. Tudo o que era dominante naquele período desapareceu e foi substituído”, disse Lauren.
De acordo com Michael Coates, professor de biologia orgânica e anatomia da Universidade de Chicago, as espécies trocaram de função durante o Devoniano. “É como se os papéis persistissem, mas os atores fossem outros: o elenco se transformou dramaticamente. Algo aconteceu e quase apagou completamente o cenário anterior. Mas, dos poucos remanescentes que sobreviveram, alguns reirradiaram de forma espetacular”, apontou.
A ciência tem teorizado intensamente sobre o chamado acontecimento Kellwasser – considerada uma das cinco maiores extinções da história da Terra, no Devoniano tardio – ter sido responsável por uma revolução nas espécies marinhas de invertebrados.
Mas a análise feita pelos pesquisadores sobre registros fósseis de vertebrados assinalou que sua diversidade passou por uma mudança fundamental durante a extinção Hangenberg, evento ocorrido 15 milhões de anos depois.
Antes da extinção, formas com nadadeiras lobadas, como o iiktaalik e os primeiros tetrápodes como o ichthyostega arriscaram os “passos” primordiais em direção a uma existência terrestre.
Mas, depois da extinção, uma longa brecha nos registros fósseis – conhecida como lapso de Romer –, é quase desprovida de tetrápodes. Esse quebra-cabeças tem confundido os paleontólogo há muito tempo. Os dados da equipe da Universidade de Chicago sugerem que o lapso de 15 milhões de anos teria sido um reflexo da traumática extinção de Hangenberg.
“Os lapsos em relação a registros de espécies sobreviventes é algo recorrente após eventos de extinção em massa. Temos, nesses casos, uma diversidade de fauna muito baixa, porque muitas espécies foram destruídas”, disse Lauren.
Quando os tetrápodes finalmente se recuperaram, os poucos sobreviventes provavelmente se tornaram os ancestrais da vasta maioria dos vertebrados presentes hoje no planeta. Os traços dos vertebrados modernos – como os cinco dedos em cada membro, compartilhados por todos os mamíferos, aves e répteis no útero – podem ter sido estabelecidos por esse ancestral comum, segundo os autores.
O que permanece misterioso, segundo os cientistas, é o que ocorreu exatamente há 360 milhões de anos para provocar essa extinção em massa. Outros pesquisadores encontraram evidências de uma formação de geleiras considerável durante o período Devoniano, que poderia ter diminuído dramaticamente o nível dos mares, afetando a vida.
O aparecimento de ambientes semelhantes a florestas, em algumas regiões, pode também ter produzido modificações atmosféricas catastróficas para a vida animal. A pesquisa também levanta questões sobre o padrão evolucionário após o evento de extinção. Permanece desconhecida a razão pela qual grupos abundantes antes do evento não se recuperaram, enquanto outros grupos se espalharam e se diversificaram de maneiras radicalmente novas.
O artigo The End-Devonian Extinction: a Bottleneck in the Evolution of Modern Jawed Vertebrates, de Lauren Sallan e outros, poderá ser lido na PNAS em www.pnas.org.


Sapatos de 5,5 mil anos

Agência FAPESP – O par de sapatos de couro mais antigo de que se tem notícia está descrito em artigo publicado na revista científica de acesso livre PLoS ONE.
Em notável estado de preservação, os calçados têm cerca de 5,5 mil anos e foram encontrados em uma caverna na Armênia. Feitos a partir de um corte único de couro, os sapatos foram feitos no tamanho exato para envolver os pés do dono e empregam cadarços.
Com 24,5 centímetros de comprimento (equivalente ao tamanho 36 no Brasil), as peças podem ter sido usadas por mulheres ou mesmo homens, uma vez que se encaixam nos tamanhos dos representantes do período Calcolítico, segundo o grupo internacional de arqueólogos responsável pela análise.
Os cientistas encontraram resíduos de grama no interior dos calçados, que poderiam ter servido para que as peças não perdessem seu formato ou para manter os pés aquecidos.
A caverna onde foram encontrados está situada na província de Vayotz Dzor, próxima à fronteira com o Irã e com a Turquia. As condições da caverna – seca, fria e com ambiente estável – permitiram a conservação de diversos registros de interesse arqueológico.
Além disso, o chão da caverna foi coberto por uma camada espessa de fezes de ovelha, que “selaram” as peças, ampliando ainda mais suas condições de preservação.
“Pensamos inicialmente que os sapatos e outros objetos ali encontrados tivessem entre 600 e 700 anos, por conta de suas excelentes condições. Somente quando o material foi datado por radiocarbono e espectrometria em dois laboratórios – em Oxford (Reino Unido) e na Califórnia (Estados Unidos) – é que soubemos que eles eram mais antigos até do que o Ötzi, o Homem de Gelo”, disse Ron Pinhasi, da Universidade de Cork, primeiro autor do artigo.
Ötzi é uma múmia masculina bem conservada, com cerca de 5,3 mil anos, encontrada em 1991 em uma geleira dos Alpes de Ötztal perto do monte Similaun, na fronteira da Áustria com a Itália.
Os sapatos foram encontrados em 2008 por Diana Zardaryan, do Instituto de Arqueologia e Etnologia da Armênia, quando fazia seu pós-doutorado. “Fiquei impressionada por ver como até mesmo os laços estavam tão bem preservados”, disse Diana, outra autora do artigo.
Outro detalhe interessante, segundo os cientistas, é que os calçados de couro se assemelham bastante aos modelos que eram usados comumente até a década de 1950 nas ilhas Aran, no oeste da Irlanda.
“Há enormes semelhanças entre a técnica de manufatura dos sapatos encontrados na caverna na Armênia com outros usados por toda a Europa posteriormente, o que indica que esse tipo de calçado foi usado por milhares de anos em regiões de climas e ambientes bem distintos”, disse Pinhasi.
O artigo First Direct Evidence of Chalcolithic Footwear from the Near Eastern Highlands, de Ron Pinhasi e outros, publicado na PLoS ONE (5(6): e10984. doi:10.1371/journal.pone.0010984), pode ser lido em http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0010984.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Trabalho de equipe

Fui um notável admirador da Fórmula1, atualmente já não sou mais, deve-se, acredito, à ausência do respeitável piloto-fenômeno Airton Senna. Mas, de vez em quando, dou uma espiadinha em algum GP.
Segundo os entendidos no assunto, o êxito do resultado de uma corrida, depende em grande parte do piloto, de um bom carro e de uma boa equipe. Por isso, que se diz que a F-1 é um esporte coletivo, de trabalho de equipe.
Que fique uma coisa bastante clara: trabalhar em equipe não é, apenas, uma técnica administrativa. É, também, um princípio de gestão!
Dias atrás, ouvi um discurso de um gestor público, com aquela “humildade argentina”, dizendo que no seu governo “eu fiz isso, fiz aquilo”. Empolgado com a embriaguez do poder, sentindo-se quase santificado, puxado por uma retórica prolixa e repetitiva, dizia ainda “eu construi milhares de unidades habitacionais; eu, eu, eu... sempre eu!”. Nem um momento ele citou o nome de algum auxiliar ou colaborador que concorreu para o seu desempenho administrativo.
É verdade. Triste retrato da visão e prática tupiniquim. Como bem disse Tancredo Neves, o grande político mineiro: “Se Deus não lhe deu graça da humildade, peça a Ele o da dissimulação e finja que é modesto”.
O cara o qual me referi (no anonimato, é claro!) é exemplo daquele que a culpa nunca é sua. As glórias, sempre. Porém, ninguém é bobo achar que um gestor poderia acumular, sozinho, todas as áreas de conhecimento necessárias para o melhor funcionamento de uma corporação.
Pela lucidez plena de contemporaneidade, um dos requisitos mais exigidos dos profissionais pelas organizações é sua capacidade de trabalho em equipe, cooperativamente, com responsabilidade, com objetivo comum, tendo consciência das razões desta configuração de trabalho.
Qualquer pessoa com meio neurônio sabe perfeitamente que o profissional individualista terá um tremendo azar no dia que ficar sozinho. Porque, se cair, não terá ninguém para ajudá-lo a se levantar. Com certeza, essa é a sina para quem não valoriza e não reconhece a “pedra de toque” do trabalho de equipe.
Reparando bem, não sei se é questão de vaidade, orgulho, pretensão, bestialidade, egocentrismo, como queira! Enfim, pessoas como estas, que possuem um EGO grande demais, pensam ser mais do que as outras e imaginam “ter um rei na barriga” como se diz no interior. Tenho certeza de que você, que está lendo este artigo, já se lembrou de várias...

LINCOLN CARTAXO DE LIRA

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Adesivo desligável poderá permitir andar pelas paredes

Será possível que um dia os humanos andem pelas paredes, como as lagartixas ou o Homem-Aranha?

Um novo aparelho, cujo efeito adesivo pode ser ligado e desligado, acaba de ser construído por engenheiros da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ele ainda não é capaz de suportar uma pessoa, mas pode ser uma esperança para quem sonha em trocar a lâmpada sem precisar de uma escada.

Bioinspiração.

Segundo os pesquisadores, o mecanismo de adesão rápida e desligável - que funciona com base na tensão superficial da água - poderá levar a aplicações como sapatos ou luvas que grudem e se soltem das paredes ao comando do usuário, ou a adesivos do tipo Post-It capazes de suportar pesos.

Mas donde é que veio a inspiração? De forças aleatórias? Não. Da natureza.

O projecto do aparelho de adesão foi inspirado em um besouro endémico no estado norte-americano da Florida, que gruda nas folhas com uma força capaz de sustentar 100 vezes o seu próprio peso. E é capaz de soltar-se instantaneamente.

Se um dos cientistas envolvidos na pesquisa disse no fim que o dito besouro tinha sido "seleccionado" como resultado de "pressões evolutivas", será que o nosso conhecimento do mecanismo da dito insecto seria aumentado? Ou será que essa declaração seria totalmente irrelevante?

Acho que nós sabemos a resposta para isso.

Darwinismo

segunda-feira, 7 de junho de 2010

«Viagem» a Marte inicia-se hoje

Simulação da expedição ao planeta vermelho dura 520 dias

Uma equipa internacional de cientistas vai passar 520 dias - o tempo necessário para uma viagem de ida e volta a Marte - trancada numa cápsula, para simular uma expedição ao planeta vermelho.

Depois de um ano de treino intenso, a simulação, que começa hoje em Moscovo, não inclui a ausência de gravidade, mas os seis astronautas da Rússia, China, França e Itália vão ficar isolados numa cabine sem janelas e seguindo uma rotina dura. A experiência simula uma viagem de 250 dias a Marte, com 30 dias de explorações na superfície do planeta e outros 240 de viagem de volta.

O projecto conjunto do Instituto de Problemas Biomédicos da Rússia e da Agência Espacial Europeia (ESA), que recebeu o nome de "Marte 500", visa estudar como é que o grupo suporta o confinamento e a convivência com tão poucas pessoas durante longos períodos.

A tripulação vai passar a maior parte do tempo no módulo habitável da nave, uma cápsula de aço do tamanho de um contentor com seis quartos parcamente mobilados. Noutra cápsula, que vai ficar ligada ao módulo habitável, há um ginásio, uma estufa artificial e um armazém de alimentos e água. Uma terceira cápsula será o departamento médico. Há ainda um modelo de um módulo de aterragem em Marte e da superfície deste planeta, onde parte da tripulação permanecerá durante 30 dias, a meio da "viagem".

Para que a experiência se assemelhe o mais possível à realidade, a agência vai simular a avaria de equipamentos e emergências médicas, entre outros problemas. Os homens serão sujeitos a exames psicológicos regulares.




Exterior do «Mars 500»
O único contacto que o grupo terá com o mundo externo será através de um rádio ligado à Agência Espacial da Rússia. As conversas demorarão 20 minutos a chegar ao outro lado, o tempo que os sinais levam para ir da Terra a Marte e vice-versa. A comida será enlatada, como a que se come na Estação Espacial Internacional, e os astronautas só poderão tomar um banho em cada dez dias.

No ano passado, uma experiência semelhante foi concluída com êxito em Moscovo, após seis voluntários permanecerem trancados durante 105 dias.

Qualquer um dos participantes na experiência pode desistir a meio da viagem, sendo considerado um “astronauta morto”. Aqueles que chegarem ao fim receberão cerca de 70 mil euros. Ainda não há data certa para uma verdadeira missão tripulada a Marte.


"C.H."

quinta-feira, 3 de junho de 2010

"Um lugar chamado Dona Inês".

Cada dia hoje é um dia com antes

O mais interessante de retornar a Dona Inês é perceber que a cidade cresceu, o povo mudou, mas tudo continua igual na essência. As estradas, as trilhas, os ventos, o clima, a amistosidade, as pessoas... tudo como antes, salvo raras exceções.
Alguém pode imaginar que sou louco, mas é assim que vejo e sinto.
E todas as minhas lembranças anotadas nas mensagens anteriores vão e vem de forma muito gostosa. É como se eu estivesse cobrindo as linhas da minha história e isso me apraz e sinto que me revigora, pois para mim nada é mais importante do que a minha raiz.
O mundo dá muitas voltas, está cheio de coisas belas e valiosas, mas as mais simples de todas são as mais prazerosas. O avião é ótimo, mas cai; a grande fazenda é rica, mas tem dono; o poder é grande, mas é cobiçado e finito. Já as nossas raízes familiares e nossa rede de amizades é algo perene mesmo pós-morte. Uns se vão, outros vêm e sentimos a vida com a mesma intensidade.
Assim, estar em Dona Inês é como tomar um cálice de vinho fino, é como saborear o melhor dos manjares, é como estar deitado em berço eternamente esplêndido e gostaria de passar esse sentimento para todos, pedindo que despertem para a terra, para as raízes, que procurem o sentimento puro e desfrutem das maravilhas da serra.
Quando você vier a Dona Inês, perceberá que chegou,
Aqui não tem palmeiras e pouco canta o sabiá,
Mas as aves que aqui cantam,
O fazem tão bem quanto as de lá.


"Aldoger Carvalho"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sequestro abalado

Agência FAPESP – Níveis atmosféricos elevados de dióxido de carbono podem estar alterando os modos com que as plantas sequestram carbono orgânico no solo, segundo indica uma nova pesquisa.

O estudo, feito por cientistas europeus, será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academies of Sciences (PNAS).

George Kowalchuk, do Instituto Holandês de Ecologia, e colegas cultivaram duas espécies de plantas (Carex arenaria e Festuca rubra) em duas condições de concentração de dióxido de carbono (CO2) diferentes: normais e duas vezes maior do que os níveis atmosféricos atuais.

Os pesquisadores utilizaram CO2 sintetizado em um processo que marca os isótopos de carbono 13 no gás. Os isótopos marcados permitiram traçar o carbono que foi fixado pelas plantas no experimento durante a fotossíntese e que foi transferido às raízes das plantas para comunidades de microrganismos que vivem no solo.

Ao examinar os microrganismos, os autores do estudo conseguiram determinar que níveis elevados de CO2 atmosférico podem tanto aumentar o fluxo de carbono por meio de fungos simbióticos nas raízes das plantas como favorecer o crescimento de bactérias específicas associadas com esses fungos.

No artigo publicado na PNAS, os pesquisadores propõem um modelo conceitual para a forma como as plantas podem remover CO2 da atmosfera e transferir o carbono ao solo por meio de fungos.

De acordo com os autores, os resultados da pesquisa podem fornecer um modelo geral para prever interações futuras entre os níveis em elevação de CO2 atmosférico e os ecossistemas terrestres.

O artigo Shifting carbon flow from roots into associated microbial communities in response to elevated atmospheric CO2 (doi/10.1073), de George Kowalchuk e outros, poderá ser lido em breve na PNAS em www.pnas.org.