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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Seja mais sociável!

Segundo uma investigação realizada no Centro Médico Universidade Rush, EUA, para manter o cérebro saudável, é tão bom visitar amigos, ir a festas e até mesmo à igreja como fazer palavras cruzadas.

O estudo, que defende que a actividade social frequente pode ajudar a prevenir ou retardar o declínio cognitivo em idade avançada, acaba de ser publicado no jornal da Sociedade Internacional de Neuropsicologia, de acordo com o Eurekalert.

Na análise dos dados, os investigadores tiveram um cuidado especial para tentar afastar a possibilidade de que o declínio cognitivo precede, ou causa, isolamento social, e não o inverso.

“Quando as habilidades cognitivas de alguém quebram, é lógico pensar que essa pessoa está menos propensa a sair e encontrar os amigos, desfrutar de uma viagem de campismo ou participar em actividades de grupo. Se a capacidade de memória e de pensamento falha, a socialização torna-se difícil”, explica o investigador principal, Bryan James. “Mas as nossas descobertas sugerem que a inactividade social em si leva a alterações cognitivas”, sublinha.

Testes neuropsicológicos

O estudo incluiu 1138 idosos com idade média de 80 anos. Cada um dos participantes foi submetido a avaliações anuais que incluíam história clínica e testes neuropsicológicos.


A actividade social foi medida com base num questionário que perguntava quantas vezes, no ano anterior, os participantes tinham estado envolvidos em actividades de interacção social. Se, por exemplo, foram a restaurantes, eventos desportivos, jogado bingo, ou se fizeram passeios ou viagens nocturnos, trabalho voluntário, visitaram parentes ou amigos, assistiram a cultos religioso, etc.


A função cognitiva foi avaliada através de um conjunto de 19 testes para vários tipos de memória (memória episódica, semântica e de trabalho), bem como a velocidade e capacidade de percepção visuoespacial.


No início do inquérito, nenhum participante mostrava quaisquer sinais de comprometimento cognitivo. Em cinco anos, aqueles que eram mais socialmente activos mostraram taxas reduzidas de declínio cognitivo. Em média, aqueles que apresentaram os maiores níveis de actividade social apresentaram apenas um quarto da taxa de declínio cognitivo experimentados por menos indivíduos socialmente activos. Outras variáveis que poderiam ter sido responsáveis pelo aumento no declínio cognitivo, tais como idade, actividade física e saúde foram descartadas na análise.


Ainda não se sabe porque é que a actividade social desempenha um papel importante no desenvolvimento de problemas cognitivos. No entanto, o facto da
“actividade social desafiar adultos mais velhos a participar em complexas trocas interpessoais, o que pode promover ou manter a eficiência das redes neuronais”, explica Bryan James.

Para determinar se as intervenções destinadas a aumentar a actividade social em idosos têm um papel retardador ou de prevenção face ao declínio cognitivo,
“são necessárias mais investigações”, acrescentou o cientista.

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