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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Oração das Mulheres Resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo,
que a fonte nunca seque,
e que a nossa sogra nunca se chame Esperança,
porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos,
e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...

Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos,
porque Deus,
se eu pedir força,
eu bato-lhe até matá-lo.

Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.

Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam,
e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!

Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.

P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa companhia para o jantar.


De Júlio Machado Vaz

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Um poema perdido

Deus disse: "Se tal vos repugna, não acrediteis em mim, mas ficaria feliz se encontrásseis algum encanto num ou noutro ser da minha lavra: o búzio, onde dorme a música, o plátano, que cresce para lá das estrelas, o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar." Sinto-me muito humilde: o meu universo não é mais belo do que um poema perdido."

"Alain Bosquet"

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mudança da hora‏

Portugal continental

Decreto-Lei nº. 17/96, de 8 de Março

Artigo 1º.
1 - A hora legal de Portugal continental coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).

2 - A hora legal coincide com o tempo universal coordenado aumentado de sessenta minutos no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo de Outubro (hora de Verão).

Artigo 2º.
As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Março e atrasando-os de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Outubro seguinte.

_____________



Região Autónoma da Madeira

Decreto Legislativo Regional nº. 6/96/M, de 25 de Junho



Artigo 1º.-1 - A hora legal da Região Autónoma da Madeira coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).

2 - A hora legal coincide com o tempo universal coordenado aumentado de sessenta minutos no período ompreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo de Outubro (hora de Verão).

Art. 2º. As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC (à 1 hora de tempo legal) do último domingo de Março e atrasando-se de sessenta minutos à 1 hora UTC (às 2 horas de tempo legal) do último domingo de Outubro seguinte.

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Região Autónoma dos Açores

Decreto Legislativo Regional nº. 16/96/A, de 1 de Agosto



Artigo 1º. A hora legal dos Açores coincide com o tempo universal coordenado (UTC) diminuído de sessenta minutos no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (período da hora de Inverno) e coincide com o tempo universal coordenado no período ompreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo de Outubro seguinte (período da hora de Verão).

Art. 2º. As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC (0 horas de tempo legal) do último domingo de Março e atrasando-os de sessenta minutos
à 1 hora UTC (1 hora de tempo legal) do último domingo de Outubro seguinte.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Dentro de você‏

E se eu disser que dentro de você mora um anjo,
que se reveste de luz para fazer novos amigos?


E se eu disser que dentro de você existe
uma paz infinita que o torna tão amigo e querido?


E se eu disser que dentro de você existe
luz e que essa luz apaga a inveja, a discórdia
e a guerra?


E se eu disser que dentro de você existe
um cupido que espalha amor e que flecha meu coração?


E se eu disser que você é iluminado pelas estrelas
e seus olhos parecem reflexo dessa luz?


E se eu disser que você é divinamente concebido
e tem dentro de si tudo o que precisa para viver?


E se eu disser que dentro de você existe
uma fera que sabe lutar e defender os seus?


E se eu disser que dentro de você habita
uma chama que é capaz de incendiar uma cidade?


E se eu disser que dentro de você mora um inventor
capaz de criar mil maneiras de fazer a mesma coisa?


E se eu disser que dentro de você existe
um construtor que é capaz de criar novos caminhos?


E se eu disser que dentro de você existe
um elo de corrente que o liga ao sobrenatural
tão facilmente?


E se eu disser que você é um deus,
e que possui a chave da vida eterna...


Da alegria que não acaba, dos sonhos que se realizam,
da saúde que se perpetua,
dos amigos que nunca o esquecem.
Da saudade gostosa, do desejo que realiza,
do prazer da vida?
Você é a própria luz!
Acredite nisso e brilhe, por amor a você
e a quem o criou.


Construa, viva, conquiste,
não aceite as derrotas, os "nãos".
O impossível é apenas uma força te convidando
para realizar.
Acredite.
"Dentro de você existe um universo
em permanente construção."

sábado, 26 de setembro de 2009

Pensamentos

As calorias são pequenos animais que moram nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.


Os problemas do nosso país são essencialmente agrícolas: excesso de nabos; falta de tomates e muito grelo abandonado.


O trabalho fascina-me tanto que às vezes, fico parado a olhar para ele.


O Casamento é um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido.


A mulher está sempre ao lado do homem, para o que der e vier;
Já o homem, está sempre ao lado da mulher que vier e der.




Se fores chata as tuas amigas, perdoam;
Se fores agressiva as tuas amigas, perdoam;
Se fores egoísta as tuas amigas, perdoam;
Agora experimenta ser magra e linda!
Tás tramada!


O amor é como a gripe, apanha-se na rua, resolve-se na cama!


A falta de sexo, provoca amnésia e outras merdas que agora não me lembro...

Portugal é um país geométrico: é rectangular e tem problemas bicudos discutidos em mesas redondas, por bestas quadradas!



A diferença entre Portugal e a República Checa é que esta tem o governo em Praga e Portugal tem a praga no governo.


Não procures o príncipe encantado. Procura, antes, o lobo mau: ouve-te melhor; vê-te melhor e ainda te come.



Toda a gente se queixa de assédio sexual no local de trabalho.
Ou isto começa a ser verdade ou então despeço-me!!!



A mulher do amigo, é como a bota da tropa;
também marcha!



O cérebro é um órgão maravilhoso.
Começa a trabalhar logo que acordamos e só pára quando chegamos ao serviço.


O teu computador é como uma carroça: tem sempre um burro à frente!!!


Os trabalhadores mais incapazes são sistematicamente promovidos para o lugar onde possam causar menos danos: a chefia.



Qual a diferença entre uma dissolução e uma solução?
Uma dissolução seria meter um político num tanque de ácido para que se dissolva.
Uma solução seria metê-los a todos.


Chocolate não engorda, quem engorda é você.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

PARTIDO PIRATA - Contra uma Democracia de Simuladores

Partido Pirata está espalhado já em 32 países; Em Portugal e no Brasil ainda não se encontram institucionalizados. Em Portugal há o movimento para a criação do Partido Pirata Português (PPP).



O Partido Pirata é um partido actual, um partido filho da Internet. A sua mãe pátria é a Suécia. Aqui, atingiu 7,1% dos eleitores, conseguindo um mandato para o Parlamento Europeu.



Na Alemanha o Partido Pirata foi fundado em 2006. Nas últimas eleições europeias atingiu 0,9% dos votos. Um deputado do PSD passou para os Piratas. Começaram por se insurgir contra a instrução de processos de direito penal contra a “pirataria” de ficheiros de música e de filmes na Internet. Na Alemanha a média das idades dos membros do partido é de 29 anos.



Os Partidos Piratas manifestam-se contra a ingerência da política e dos partidos na Internet e contra toda a forma de censura, contra a espiral do controlo. Encaram os políticos como intrusos. Preocupam-se com a defesa dos direitos do cidadão e contra a violação dos direitos de privacidade na Era Digital e têm medo dum Estado vigilante. Não se identificam com as estruturas hierárquicas dos outros partidos. Consideram a Internet não apenas como meio de informação, mas como espaço vital.



Lutam pela liberdade num mundo que, em nome da liberdade, os domina. Querem ser um partido que expresse o sentimento da vida segundo o princípio “move o que te move”.



A defesa da liberdade de informação, cada vez mais subornada por políticos e multinacionais da informação, faz surgir, no espectro político a necessidade dum partido à maneira do Partido Pirata. Rebelam-se contra políticas que alcançam os seus objectivos à custa da sociedade civil. Para eles o futuro e o presente são demasiado importantes para estarem entregues nas mãos dos partidos.



Este movimento em curso pela Europa inteira é expressão duma consciência digital, diria mesmo integral, contra a velha consciência mecanicista e determinista de carácter analógico. Neste partido não há esquerda nem direita. Procura ultrapassar-se as dicotomias respirando talvez os fulgores duma nova era baseada na complementaridade, como acontece a nível científico com a física quântica e a nível religioso com o mistério da Trindade.



Muita gente nova está farta duma democracia longínqua, de “simuladores” que parecem ter-se apoderado da república. Estranha, insurge-se veementemente contra a recolha de dados pelos serviços públicos e empresas. A asfixia que o cidadão da classe média reduzido a contribuinte vive, sente-a, a outro nível, a camada jovem no seu mundo e no seu medium de convivências. O Estado manifesta uma sede insaciável de recolha de dados atemorizadora. Este é um perigo muito latente numa Europa que está a ser construída, não a partir da base mas a partir de elites empenhadas no controlo do cidadão através da burocracia.



Assiste-se a um conflito de interesses entre defensores do poder e defensores da liberdade. O Estado, com os seus “ocupantes” quer controlar e reduzir os cidadãos a súbditos. Para manter o satus quo considera a Internet um espaço à margem do direito. Toda a liberdade de opinião e de expressão, até à era da Internet reduzida à opinião pública publicada, torna-se agora, com a Internet, num monstro ameaçador, para um sistema de pensar e de agir muito estruturado. A vanguarda do progresso revela-se desestabilizante do sistema quer socialista quer capitalista.



Os partidos estabelecidos têm medo da concorrência de eleitores jovens. Os políticos tendem para o extremismo de reduzirem tudo à esfera do direito e das finanças, arranjando todos os pretextos para intervirem num espaço da sociedade que ainda não dominam. A conquista da Internet deu-se primeiramente pelas pessoas, passando depois à mão de companhias económicas e, agora, também a política quer entrar nela. Torna-se quase um contra-senso ao quererem regular um mundo virtual pelas regras dum mundo real já tão triste e injusto.



Enquanto os defensores da liberdade na Internet proporcionam uma liberdade individual desconsiderada; os contrários defendem a liberdade dos grupos mais fortes até agora instalados na sociedade.



O perigo dos defensores da liberdade desenfreada está em fomentarem um liberalismo puro que ao fim e ao cabo vem servir os mais fortes.



Quem pretende “civilizar” a Internet, subjugando-a à lei e à ordem tem de se subjugar também a uma nova ordem que se descortina já no horizonte e à dignidade humana. Trata-se naturalmente de introduzir o direito no mundo virtual; a questão será: o direito de quem?



Certamente que não há liberdade incondicional. Decerto que o protesto democrático na Net pode ser impedido pela censura. Facto consumado é que a política vive da expressão da opinião.



O Partido Pirata tornou-se numa nova forma de oposição à margem dos acampamentos políticos. Mais que ter medo deles ou difamá-los trata-se de os tomar a sério para iniciarmos uma renovação mais que óbvia numa sociedade cada vez mais ocupada.


António da Cunha Duarte Justo

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A ENTREVISTA "CENSURADA" AOS GATOS FEDORENTOS

RAP - "Nosso" 1º, agradeço a sua presença neste programa e aproveito para o saudar pelo conhecimento que revelou ter de todos os programas eleitorais da oposição.
Face às suas prestações fiquei apenas com uma dúvida:
Leu o programa eleitoral do PS?
JS - Bem que me avisaram. Sabe Ricardo. Não se preparou.
Não estudou. No passado existiram programas muito prometedores que não foram cumpridos. Eu não vou por aí.
O programa do PS para 2009-2013 é muito claro. Continuar a politica do que NÃO FEZ o PS, elogiar o que EU FIZ e lançar O MEU TGV!
RAP - "Nosso" 1º, anunciou 2009 como o ano do "Cabo das Tormentas". Como apela sempre a um discurso optimista em vez do pessimista, estava a referir-se ao País ou ao PS?
JS - Não, não, não. Foi uma interpretação errada dos amigos jornalistas. Todos perceberam que eu disse "Cabo da Boa Esperança". Ora essa!
RAP - "Nosso" 1º, no 2º semestre de 2008 desceu a taxa do IVA
em 1%. Subiu o ordenado minimo e aumentou a função pública em
2,9%. Bem sei que rectificou o orçamento mas diga-me:
Saíu o EURO MILHÕES ao Estado ou a pior crise dos últimos 100
anos foi só um "abalozinho"?
JS - Sabe Ricardo. EU FIZ. Não cruzei os braços. Pergunta-me
se estou satisfeito. Não, não estou. Vamos continuar o que
NÃO FEZ a politica do PS, elogiar o que EU FIZ, e lançar o
MEU TGV. Sabe. Eu não jogo em jogos de azar. Só de fortuna!
RAP - Um intervalo rapidinho. Até já!!
RAP - "Nosso" 1º, bem vindo de novo a este programa fedorento
e começo onde ficamos. Quando Salazar faleceu tinha 13 anos! Como se lembra muito bem desses tempos, incomoda-o a coincidência de, como ele, ficar conhecido por ter posto as contas públicas em ordem?
JS - Por amor de Deus. Outra vez o passado. Já expliquei que
em 2001 não era 1º ministro. Era o "outro senhor" engenheiro que não sabia fazer as contas do PIB. E já agora! Quem lhe disse que as contas públicas estavam em ordem?
O INE? O Banco de Portugal? O Victor? Xiça!
RAP - "Nosso" 1º, na Cimeira "A Europa e África" recebeu Mugabe, Kadhafi, Berlosconi, Eduardo dos Santos e não convidou João Jardim. Foi esquecimento ou "Asfixia"?
JS - Já cá faltava a falta de ar democrático. Não Ricardo, não me esqueci. Eu sei que os camaradas madeirenses não gostaram que eu não fizesse campanha na Madeira quando houve eleições antecipadas para o Governo Regional. Mas a Madeira não é um País, sabe disso? O camarada Jaime, 2ª figura do Estado, já disse tudo sobre a Madeira. No PS só há uma voz!
Porque não me pergunta pela Cimeira Ibero-Americana onde fui um êxito a oferecer o "Magalhães" aos Chefes de Estado?
RAP - "Nosso" 1º, sei que deixou de fumar após ter pago a multa a ASAE, por fumar com Manuel Pinho, numa viagem de avião descapotável. Sim? O quê? Jorge Jesus chegou ao aeroporto. Vai falar? Um breve intervalo!!
RAP - Obrigado por continuar neste programa fedorento e agradeço que não tenha ido embora...
JS - Sabe Ricardo. Nós no PS adoramos o futebol. Fui eu que em 1999 ganhei a candidatura de Portugal ao Euro 2004.
Bem sei que fomos embora naquela noite pantanosa mas ficou o investimento de 10 estádios que muita riqueza e progresso trouxeram ao País! O nosso vizinho espanhol solicitou parceria no evento mas eu não quis nada com Aznar! Ah, e já agora não esqueça o Totonegócio!
RAP - Voltando ao fumo! "Nosso" 1º, admite voltar ao "vicio" e fumar o "Cachimbo da Paz" com os professores?
JS - Os meus filhos, bem que me avisaram! Eu confesso.
Dei umas "passas". Sim. É Verdade! Este tema exige delicadeza
tranquilidade e muita doçura verbal. Eu tive professores bons, assim assim, maus e alguns nunca os vi. Veja onde eu
cheguei! Sou 1º ministro! Quer melhor exemplo da urgência e necessidade de haver um sistema de avaliação? Quem eliminou o
"chumbo" das escolas? Esse metal tóxico que contamina e prejudica os nossos jovens e familia! Já agora aproveito para lhe anunciar uma nova medida para a próxima legislatura
que vai de encontro à satisfação de muitas familias e do senhor Albino da Confap. Vamos alargar o horário escolar para
os sábados. Em 2008 perderam-se milhões com as manifestações
dos professores aos sábados!
RAP - Dizem que não há duas sem três, mas o nosso lema é não
há três sem quatro. Um xixi rapidinho...
RAP - Ops! Nem deu tempo para sacudir...
"Nosso" 1º, quando no Parlamento disse não saber, nem ter que
saber, e no dia seguinte vetou a compra da TVI pela PT, enrolou a língua ou estava a fazer um "Boca a Boca" à Manuela Moura Guedes?
JS - Ainda bem que vou ter a oportunidade de desmontar essa calúnia e boato mentiroso. Um acessor qualquer mostrou-me um estudo em que o jornal de sexta custava ao PS 1% nas intenções de voto por programa. A polémica e discussão da sua eliminação 0,5%. Estava eu a calcular, como sabe sou engenheiro e não economista, quando começo a transpirar abundantemente. Como eram 2 da tarde e eu adoro a Júlia, grito não sei para quem: Desliguem o termóstato. Liguem a televisão na TVI. Preciso de uma brisa...
Diga-me lá, que é que eu tenho a ver com a mensagem:
"Eliminem o emplastro e a Direcção da TVI. Liguem à Prisa!"
RAP - "Nosso" 1º, a familia ainda é o melhor que um homem tem na vida ou o ideal é mesmo um "primo" em casa continente?
JS - Não percebi a pergunta mas sempre lhe digo que o diploma da "separação" de facto foi vetada pelo presidente.
RAP - Para terminar "Nosso" 1º, uma palete de curtas questões
para breves respostas. Uns não gostam dos Angolanos, dos Espanhóis, dos Ciganos e outros dos Americanos. O "Nosso" 1º
gosta dos Portugueses? Respeitou o código laboral quando despediu colectivamente os seus ministros? Que trunfos guarda para a campanha eleitoral?!!!

Está aqui o meu programa

- Agora há matéria em barda, diz a minha amiga, é por isso que os “Gatos” estão a ter tanta saída. Fartam-se de esgatanhar.

- Não tenho visto.

- Mas tem perdido. Que eles têm muita graça.

- Pois! Mas a TV Memória agora repete “Uma família às direitas” e eu faço por não perder, apetecendo o humor sem as zagunchadas venenosas do nosso humor sombrio.

- Mas o deles é sempre elegante.

- De facto é, e o Ricardo até tem resposta pronta, defende-se bem da mordacidade dos outros, por vezes, nas respostas à sua. Mas tudo isto existe e é triste e é fado. Prefiro o humor americano. Há muita gente entre nós assanhada contra a Ferreira Leite, o Cavaco não sei se a tramou, o que é certo é que o Sócrates vai à frente nas sondagens, e o Paulo Portas, apesar do seu dinamismo confiante, fica sempre no fim, basta-lhe afirmar-se da direita. Que este país cada vez está mais virado à esquerda.

A minha amiga tenta criar ilusão:

- Essa questão das percentagens pode ser uma boa treta, um sofisma manipulador da opinião. Eu não acredito. Cada um mente por seu lado. Pode ser que seja verdade, mas é uma coincidência.

- Quem dera que fosse verdade isso que diz! Mas eu acredito nas sondagens. Com o desejo secreto, é certo, de que sejam falsas, e que o Santo António continue a ajudar-nos, meninos que somos, no seu colo protector.

- O que vale é que a semana está a acabar. Estas passeatas, estes sacrifícios... já não devia ser assim! Basta haver uma televisão. Explicar bem o que querem fazer e chega. “Está aqui o meu programa”. Isto era o bastante. Eles esgotam-se, trovejam, injuriam-se, no pó das estradas. E ficamos na mesma. Só que, mais empobrecidos, por causa dos gastos. A televisão bastava.

- Não, nós queremos testar resistências, adoramos o espectáculo, não dispensamos a garraiada, nem que a vaca tussa.

- E agora mais a greve da Tap! Já viu o oportunismo, a dois dias das eleições?

- É verdade! Mais desemprego, talvez, em perspectiva. Mas quem se importa com a nação?

- Sim, ninguém se importa, nem políticos, nem sindicatos, nem pilotos aviadores que até têm vencimentos e regalias q.b....

- E as greves, é geralmente a esquerda que as fomenta. Querem lá saber do país? Mas a esquerda vai ganhar.

- Pois! A esquerda é que defende os interesses dos trabalhadores. Pelo menos é o que ela diz.

- Trouxe-lhe um texto que li hoje, no blog “A bem da Nação” . É de Luís Soares de Oliveira, muito expressivo sobre esse conflito social entre o capital e o trabalho, concluindo que não era necessário acabar com uma das classes, da proposta de Karl Marx. Vou transcrever este excerto:

“Já nos anos 90, quando estudei o fenómeno do desenvolvimento económico sul-coreano, constatei que os preconizadores do modelo tiveram o cuidado de provocar artificialmente uma luta de classes. Foi criada uma classe capitalista, arrebanhando os especuladores que tinham conseguido fazer fortuna durante a guerra de 1950. Exigiu-se-lhes que criassem as indústrias constantes do programa oficial. Se o não fizessem, os seus bens ser-lhes-iam confiscados ao abrigo de uma lei do enriquecimento ilícito então promulgada. As greves e outros processos de luta pacíficos – ainda que por vezes violentos – foram consentidos. Tais actividades não podiam, contudo, colidir ou reduzir o horário laboral (48 horas por semana). E assim, em 30 anos, a Coreia do Sul passou de um dos países mais pobres do mundo para um dos dez países com mais elevado rendimento per capita.”

- É caso para dizer como o Fernando Pessoa “E esta hein!” E também para levarmos os nossos donos do capital fraudulento a utilizá-lo nas indústrias nacionais.

- Pois! Mas quem é que vai nisso? Aqui são protegidos, os donos dos capitais ilícitos. E mesmo a esquerda, se viesse a governar, entrava nos mesmos conluios que a direita. Aqui quem manda é o capital, tenha a origem que tiver. E, bons e sensíveis como somos, também não estou a ver o governo a impor regras tão duras ao povo trabalhador. Isso está bem para os Coreanos, e os Chineses, etc, etc, habituados a trabalhar muito e a ganhar pouco. E vê-se bem que é para bem da nação. Creio que têm cultura para isso. Nós não sabemos o que significa essa palavra – Nação.

Berta Brás

sábado, 19 de setembro de 2009

Cerco e tomada de Olivença

20 [de Abril]. 6ª feira pela manhã mandou o governador cortar o arvoredo das hortas do Vale da Corna, assim por que nos fazia dano, como por que o inimigo se não aproveitasse dele para faxina. Enquanto se cortou esteve um bom troço de infantaria fora e a cavalaria que tínhamos dando segurança aos que estavam e traziam a rama. O governador e eu estivémos no baluarte da Corna vigiando os movimentos do inimigo, ele para a parte do Vale das Éguas e Santa Catarina e eu com um óculo vendo se do olival de João Cabelos e o mais que há, até o posto de Elvas, saía alguma cavalaria a impedir o corte, porém não saíra e os nossos se recolheram à praça.

Neste dia amanheceu uma bateria feita pelo inimigo no outeiro de São Bartolomeu e para ele mudou as peças grossas que tinha na outra parte do Espinhaço de Cabra. Desta que ficava mais perto demos a metade do que a outra. Começou o inimigo a fortificar as casas da vila, entre as mais peças que aí pôs foi uma de 48 libras, e foi este o primeiro dia que vimos na praça balas de calibre.

O governador mandou logo fazer contrabateria para aquela parte, o que obrou o capitão Manuel Rodrigues Pigaço, mandando fazer esplanadas no baluarte de São Francisco, e aí pôs três peças grossas; no de São Brás havia duas, e no da Rainha três, que todas atiravam contra aquela bateria, mas não foi bastante para que não arruinassem o mosteiro aos frades e muitas outras casas da vila que ficavam vendo-se daquela parte.

Na noite deste dia trabucou o inimigo e lançou algumas bombas dentro da praça. eram estas feitas de metal e tinham de calibre 130 libras, afora o enchimento; em qualquer parte em que davam faziam um poço grande, porque entravam muito pela terra e em tomando fogo faziam uma notável ruína, porém muito maior quando davam em alguma casa, porque afora de voarem todo o telhado e sobrados, arruinavam as paredes.

Neste dia caiu uma bomba na igreja de Santa Maria que estava cheia de mulheres e meninos, mas foi Deus servido que o primeiro golpe desse em um friso da igreja, com o que, quando caiu sobre a abóbada a não rompeu, só quando arrebentou voou um pedaço grande do telhado.

Por estes dias se acabou de fazer a coroa de que falei na relação de 13 deste mês, assistindo sempre nele nove companhias de guarnição e trabalhadores, afora gente da terra e pedreiros, governava esta gente até então o sargento-mor Manuel de Magalhães.

Logo que o inimigo deu vista da praça em 12 do presente, mandou o governador ao sargento-mor da vila Gil Lourenço Cabeça com o capitão Gonçalo Mendes Homem e grande quantidade de gastadores, todos da vila, que fossem cortar a rama dos olivais mais vizinhos à praça, o que fizeram, e trazendo-a os soldados e gastadores serviu que fora o inimigo se afastar mais longe, por estar descoberto de faxina para esta obra e outras.

21. Sábado pela manhã entrou na praça o alferes do capitão Diogo Rodrigues de Sousa, do terço de João Álvares de Barbuda, o qual ao tempo em que o inimigo veio estava no Algarve, donde era natural, e filho de um sargento-mor; veio com ele outro soldado infante que o guiou. Os nossos tomaram língua [isto é, capturaram um soldado inimigo] e se informou o governador do poder do inimigo, que sempre os castelhanos souberam engrandecer com palavras e encarecimentos.

Caminhava o inimigo com as suas linhas exteriores e obras dos seus quartéis, de uma e outra coisa tinha já feito muito, principalmente no da circunvalação.

Muitos soldados castelhanos aventureiros vinham de pé fazer tiros aos nossos, e os nossos saíam a eles. Neste dia veio um galego, natural que disse ser da Corunha, que se chamava Sanchez de Taivo; este chegou até perto da Cruz de São Pedro e aí lhe deu um balaço por um olho, de que caiu, mas não morto, se bem desacordado. As suas sentinelas de cavalo o quiseram retirar, porém Domingos do Prado, filho do sargento-mor Gil Lourenço Galego, chegando pegou ao ferido por um pé e o trouxe a rasto até à estrada coberta, e aí se confessou, e o levaram ao hospital. Nunca quis dizer quem era, de que qualidade e que posto tinha. Viveu ainda cinco dias.

Na algibeira se lhe achou uma relação de algumas companhias de infantaria, entre outros papéis, e uma memória de dinheiro cobrado de contribuição de alguns lugares e um rol de prata lavrada, que de pouco tempo tinha comprado.

[22 de Abril - Está, por lapso, indicado no original com o nº 23; nota introduzida por Horácio Madureira dos Santos na sua transcrição] - Domingo se viram mui avante as linhas do inimigo que, como trabalhavam nelas de noite, apareciam pela manhã crescidas; pela tarde deu uma bala grossa na rua das Flores, e na chapeleta que fez matou um alferes auxiliar, foi este o primeiro homem que o inimigo nos matou.

Desde este dia se deu carga contínua de mosquetaria de dia e de noite pelas partes em que o inimigo trabalhava, para lhe impedirem o seu serviço.

23 - 2ª feira amanheceu uma nova plataforma no mosteiro de São Bartolomeu, mas por baixo, coisa de trezentos passos, e para ela passou o inimigo as peças que na outra tinha; ficava esta menos de tiro de mosquete da praça.

[24] - 3ª feira ao amanhecer entrou na praça Diogo Soares, soldado honrado, o qual estava fora dela ao tempo que chegou o inimigo. Neste dia amanheceu outra bateria, posta por baixo da Cruz de São Pedro; nesta havia três peças grossas, duas faziam tiro aos baluartes da Rainha e uma à Torre d'El-Rei, e esta lhe quebraram algumas pedras junto às obras mortas. Um auxiliar de Évora falou da praça, entendeu-se que se passara ao inimigo.

[25] - 4ª feira esforçou muito o inimigo as suas baterias, e as balas, que davam no muro, tornavam para trás, estas nos mataram cinco soldados, e as que saltavam para dentro da vila fazendo chapeletas mataram cinco bois; as primeiras três bombardas arruinaram três moradas de casas.

As sentinelas da ronda tocaram arma ao inimigo, e enquanto durou, largaram todos o trabalho, e todos andavam com tanta confusão que os não podiam os cabos reduzir à forma. Nesta noite escreveu o governador [da praça, Manuel de Saldanha] ao Conde [de São Lourenço] e a Câmara [de Olivença] lhe escreveu o seguinte:

Presente é a Vossa Senhoria quantos dias há que o inimigo nos tem sitiados, e com não serem muitos nos tem cortado os olivais, destruindo os pães [ou seja, as culturas], e comida da sua cavalaria e bagagens; com a artilharia e bombas nos vai arruinando as casas, com o que nos não deixa fora de toda a pobreza e miséria. Nós somos e fomos sempre bons e fiéis vassalos a Sua Majestade, e como tais merecemos ser socorridos, o que temos por muito certo, confiados na grande mercê que Vossa Majestadefez sempre aos moradores desta vila. este socorro ficamos esperando, e pedindo a Deus que nele dê a Vossa Senhoria os bons sucessos que desejamos.

Esta carta cifrou [ou seja, pôs em cifra, em código] Gilot, e creio que fielmente, se bem me disse o que escreveu a cifra que lhe acrescentou ou cortou, mas ele passou, e a levou o Franco. Neste dia se tomou língua, e uma das balas que faziam tiro à torre fez em pedaços um sino que estava nela e servia de tocar a rebate.

26 - Quinta-feira pela manhã teve a nossa cavalaria uma escaramuça com a companhia da guarda do inimigo junto das hortas, no Ferragial do Azoche; durou um bom espaço e foi bem travada. Os nossos se recolheram sem dano, o inimigo algum recebeu, e eu soube do tenente Pantoja [oficial espanhol], [n]o dia em que saímos rendidos, que lhe morreram quatro e foram feridos quinze, e muitos cavalos. Neste dia fez o governador repartição dos homens nobres para estarem nos baluartes, três em cada um, mandando na artilharia e vendo como se pelejava por aquelas partes, para que, parecendo-lhes necessário, o advertissem [no sentido de "avisassem"] aos capitães, e a ele.

Por noite um soldado de D. Tomás Geraldino se passou para o inimigo, um mosquete que rebentou matou um soldado e levou a outro uma mão. Uma bala grossa quebrou pela jóia um sacre que estava na torre, com a qual e outra peça de três libras se fez grande dano ao inimigo.

[27] - Sexta feira se começou de ver uma linha que de novo fazia o inimigo; começava no quartel do olival de João Cabelo e ia caminhando ao redor da praça, a tiro de arcabuz da estrada encoberta para a parte da Corna. O governador mandou com grande cuidado segar os pães [ceifar o trigo e outros cereais] que estavam ao redor da vila, por estarem tão crescidos que se não viam as obras do inimigo senão quando eram já mais altas que eles; isto cometeu ao sargento-mor da terra Gil Vaz cabeça, o qual o fez com os moradores dela.

Neste dia acabou o inimigo de fazer a outra linha de comunicação de uma bateria para a outra, e ambas guarnecia do quartel de Vale Mimoso. Daquela linha saíam soldados a tomar alfaces nas hortas do Ral, que ficavam entre nós e eles, e lhe mataram os nossos alguns com tiros, da estrada encoberta. Acabou-se uma meia lua que o governador mandou fazer entre os baluartes da Corna e do Calvário, e se guarneceu e começou de se trabalhar em outra, que mandou fazer defronte da porta do Calvário.

O inimigo, desenganado com o pouco efeito que a sua artilharia fazia no baluarte da Rainha, deu mais elevação às peças e meteu os tiros por dentro da vila, com o que fez grande dano nas casas daqueles bairros; deixou de atirar à torre e algumas vezes atirou à estacada da estrada encoberta, com o que nos matou e feriu alguns soldados.

28 - Sábado pela manhã apareceu um quartel escrito em meia folha de papel perto da nossa estrada encoberta, em um pau que parecia cabo de enxada; trouxeram-no ao governador e ele o recolheu.

Também apareceu mui avante a linha que fazia pela parte do campo de [espaço em branco no texto original; nota de HMS]. A artilharia do inimigo arruinou muitas casas na rua grande de S. Bartolomeu, e entre estas as em que eu vivia. Trabucou e lançou esta noite vinte e uma bombas, que arruinaram algumas casas.

Pôs o governador fachos em a torre e sucedeu que estando ele com muita gente na abóbada da porta do Calvário, dos quais todos dormiam, senão João Mendes Mexia, Fernão Gomes de Cabreira e Gilot, que passeavam, se disparou uma arma, e o pelouro dela deu em Salvador Machado, sargento-mor dos auxiliares de Beja, e lhe quebrou uma perna, de que morreu em três dias. Como era noite em que se trabucava, com o ruído do tiro saíram todos fugindo desacordados, cuidando que era bomba que ali caíra, com o que se não pôde fazer averiguação certa do caso, mas sempre se teve que foi desastre.

Duravam as baterias, e de uma e outra plataforma atiravam furiosamente. Em tanto que houve dia em que se contaram setecentos tiros, segundo me afirmaram soldados curiosos e de verdade. Domingo [dia 29] pela manhã se passou para a praça um soldado do exército, era português, deu algumas notícias do poder do inimigo, mas pouco certas. de tarde saíram a tomar língua dois soldados nossos que foram Gonçalo Vaz e outro, o inimigo os carregou com muitos, contra os quais sustentaram uma escaramuça por muito tempo, e se retiraram sem dano.

À noite começámos de ver fogos por junto de Juromenha, tivémos grande festa, entendendo que era o nosso exército. Como assim foi sem embargo de que Castilho [Stéphane Auguste de Castille] sustentava, e com apostas, que nem era o exército, nem havíamos de ser socorridos, o que dava grande escândalo a todos. O governador mandou continuar os fachos na torre.

[30] 2ª feira pela manhã se via que da linha da comunicação entre as baterias do inimigo saía formado um aproche, com que caminhava direito à estrada encoberta, pela parte do baluarte da Rainha. Este formavam de noite, e faziam o que lhe bastava para se cobrirem de alto e grosso, e de dia o engrossavam e trabalhavam cobertos.

Pela manhã veio um escravo branco e ferrado, que era tambor-mor, e cuidava que o nosso forte era quartel seu, e se veio meter nele. Este foi trazido ao governador e disse que no dia atrás tinha chegado ao exército D. Francisco de Guzmán, novo mestre de campo que vinha de Sevilha com nove companhias de infantaria, e que logo lhe mataram um moço que era o melhor sapateiro que havia na cidade.

Do quartel de S. Francisco Velho se passou para cá outro castelhano bem fardado, mas ao meu ver e ao de todos, falto de juízo. Outro se tomou para língua, de todos soubemos que entre os Duques de S. Germán e o de Osuna houvera diferenças e que chegaram [a] vir à espada, e foi porque o de Osuna disse que era ruim guerra atirar às casas da vila, que queria ganhar, e que rompesse a muralha e entrasse a praça, que a isso vinha; sobre estas tiveram outras razões, e a final a de Osuna foi que em Espanha, depois de El-Rei, só ele era e ninguém lhe precedia. Na noite deste dia trabucou o inimigo e lançou sete bombas, com o que arruinou quatro moradas de casas.

Maio 1 - Vendo o governador que o inimigo caminhava para nós, mandou fazer no parapeito e segundo friso da estrada encoberta duas cortaduras, com as quais deixava cortado o ângulo dela por aquela parte, e mais atrás daquelas mandou fazer outras. Vendo também que havia na praça moradores necessitados que não tinham que comer, lhes mandou dar racção como aos soldados, a cento e sessenta e cinco deles.

2 - Quarta-feira trabucou o inimigo de noite e de dia e lançou grande quantidade de bombas, quatro delas arruinaram quatro moradas de casas em que caíram; entre estas deu uma em casa de Francisco de Magalhães Galego, e fez uma disforme ruína, e lhe queimou todo o móvel de sua casa, que era muito e bom.

Pelas duas horas da tarde mandou o governador fazer uma surtida ao inimigo naquele novo aproche com que vinha caminhando. Foi por cabo o alferes reformado João Domingos, e levou trinta infantes e alguns aventureiros, da cavalaria foram doze cavalos, e por cabo o furriel Domingos Pereira. Saíram pela estrada e com toda a fúria se arrojaram ao trincheirão que estava ainda tão singelo, que os cavalos passaram todos da outra parte.

Estava o inimigo bem descuidado deste dano, e quando advertiu nele já não teve tempo para mais que fugir, o que não puderam fazer mais que até dez; os demais todos morreram e com eles o sargento-mor Palacios, cabo de tanto porte que ainda o dia que saímos rendidos vi que os castelhanos choravam a perda deste soldado. Só ele se pôs em defesa com mais dois, que também morreram. E o capitão e oficiais da companhia que ali guarnecia, que tinha 75 soldados, deles trouxeram um para língua, que nos informou de tudo, e ao depois o soubemos de outros, que [se] passou assim. Os nossos vieram sem dano, só o alferes que foi cabo trouxe três feridas, mas de pouco porte, e o sargento Castelão uma picada em um braço [picada: ferida provocada por um pique].

O sentimento obrigou ao inimigo a se despicar, e o quis fazer dando-nos um assalto na noite deste dia. Tinha já dado meia-noite, quando pela parte do baluarte da Rainha avançou com um grosso de infantaria, entre espanhóis e estrangeiros, e para melhor os obrigar trazia por detrás deles alguma cavalaria. Chegaram a pegar nas estacas e a atirar com pedras; ao depois de gastar, de parte a parte, os tiros e granadas que ali havia, chegou a durar a briga sem tiros muito tempo. Desta parte lhe tomaram os nossos algumas picas [piques] e chuços, em que lhe pegavam e tiravam das mãos. Durou o combate por esta parte duas horas, em que de ambas partes se pelejou furiosamente.

Activou-se o inimigo e retirou mortos e feridos, e só ficaram bem poucos, que por ser mui perto de nós deixaram muitas armas no campo. Quis refazer-se para segunda, mas os seus soldados o não quiseram fazer, sem embargo dos gritos, ameaças e afrontas que lhes diziam.

Logo que se retirou de todo, se deu pelo muro uma salva, e viva[s] a Sua Majestade, que Deus guarde, com que o inimigo tornou a avançar pela parte de São Lázaro, aonde me eu achei. Saiu da sua linha e quartel do olival de João Cabelos e com grande algazarra veio para nós, mas tão devagar que parecia os traziam ao Inferno, e com partirem muitos, e por detrás deles um batalhão de cavalaria, chegaram a nós já poucos, ainda que os oficiais bem brazonavam. Eu vi uma só manga de mosqueteiros e o batalhão. Outros dizem que da outra banda vinha outra manga. Chegaram perto da estacada coisa de dez passos, e naquela distância continuaram para baixo até ao Ferragial do Azoche. Receberão a carga de tão perto, e ao depois muitos tiros, com o que se retirou, e retirou os mortos, se bem naquela noite todo[s] os sentimos vir entre o trigo e carregar deles, de sorte que até as selas e freios dos cavalos retiraram. Esta avançada durou menos de meia hora.

3 - Quinta-feira intentou o Du Four contraminar o muro da estacada coberta pela parte do aproche, e tendo rota a parede não pôde obrar coisa alguma, porque a terra o não consentia por ser solta e movida de poucos dias, e assim tornou a mandar tapar o buraco.

O sargento-mor Gil Lourenço Cabeça saiu com gente da terra a cortar trigos para faxinas, e para o que não bastaram se cortou arvoredo dos quintais e hortas de dentro da vila. O inimigo chegou assim o aproche à escarga da estrada encoberta. Mandou o governador fazer uma cortadura no ângulo da estrada encoberta, por dentro do fosso, para que o que carretavam a faxina os meninos e mulheres, que eu vi conduzir, por que os homens não perdessem de trabalhar.

Neste dia, logo à noite, intentou o inimigo outro assalto por donde o primeiro [tinha sido feito], mas não chegou perto, só tratou de retirar os mortos que lhe tinham ficado ali no dia atrás.

[4 de Maio] 6ª feira, manhã, pelas dez horas do dia foi visto o nosso exército, marchava para [a] praça, fez caminho direito ao Castelo Velho, que é um outeiro que está um quarto de légua da vila. O inimigo queimou as barracas do quartel de São Francisco o Velho e marchou com todo o poder para o quartel do olival de João Cabelos, que era então o da Corte, e ficava fronteiro àquela parte por onde marchava o nosso exército. Deste quartel mandou pôr duas peças pequenas para o outro de Vale das Éguas, aonde tinha feito um fortezinho no meio da sua linha exterior, e com a infantaria e cavalaria guarneceu a sua linha desde Ladra até o ribeiro de Figueira, repartindo a infantaria em esquadrões, que arrimava singelos à linha, e a cavalaria em batalhões singelos em três esquadrões.

Nesta forma esperou o inimigo os nossos dentro da sua linha; era esta uma trincheira feita de terra e faxina, de altura bastante para se poder pelejar detrás dela, e de grossura ordinária, como os quartéis da campanha. Pela parte de fora tinha um fosso ou sanja de largura ao parecer de cinco palmos, e altura de pouco mais; isto tinha pela parte, que eu as vi quando vim rendido; as outras partes deviam ser como esta, porque da praça lhe não vimos maior vulto por outras partes do que por aquela.

[5] Sábado pelo meio-dia marchou o nosso exército direito à praça pela banda de Castelo Velho; e porque o inimigo tinha guarnecido a atalaia daquele outeiro com vinte cinco mosqueteiros, mandou um troço de mosquetaria que avançassem a ela, o que fizeram com valor e entraram a atalaia e forte, e mataram só três dos que estavam à defesa e aos mais deram quartel.

Daí foi o nosso exército para o sítio da Carvoeira, que dista desse outros dois tiros de mosquete, aonde o inimigo tinha outra atalaia guarnecida; e os que estavam à defesa dela pediram que, para satisfação dos seus, lhe dessem lugar a que dessem duas cargas sem bala e que eles estavam rendidos, o que se lhes concedeu, segundo me informaram, e eram outros vinte cinco mosqueteiros; guarneceu o nosso exército estas atalaias.

Logo que o nosso exército chegou a Amora, se pôs em forma de batalha, e foi uma formosa vista; e estando nesta forma, e ao parecer que querendo acometer, começou de chover água grossa e continuou até noite; neste tempo se afastou pouco atrás o nosso exército, e se meteu no Vale da Amoreira, e aí se aquartelou. Do baluarte de cima do Calvário se atirou ao inimigo, ao quartel de João Cabelos, e deu na pólvora que logo ardeu e foi grande quantidade dela que se queimou, e com ela voaram mais de trinta homens, excepto os que ficaram tostados.

[6] Com a grande chuva esteve a guerra em calmaria o dia de domingo, até que pela tarde atirou o inimigo algumas peças ao nosso exército desde o olival de João Cabelos, e com as peças que tinha levado para Vale das Éguas atirava à vila. Eram as balas umas de dez libras, e as duas de sete; do nosso campo se lhe atiravam também com outras peças, mas a chuva tornou a continuar como até então.

7 - Ainda segunda-feira chovia como dantes, e os nossos tratavam e ir fazendo o seu quartel no sítio referido; e em tanto tornou o inimigo a guarnecer e trabalhar nos seus aproches, e esforçava as cargas de mosquetaria que deles dava contra a praça. Os tiros de artilharia de campo a campo continuavam. Este dia se passou para a praça um soldado castelhano, e por noite teve o inimigo arma [ou seja, houve uma situação de alerta] pela parte [do baluarte] da Rainha.

[8] - Terça-feira pela dez horas do dia saiu a cavalaria do inimigo do quartel de Vale Mimoso e marchou por dentro da sua linha para o de João Cabelos, e foi sair pelo ribeiro de Ramapalhos direito a Janela Ladra. Já fora da linha foi caminho direito às Calçadas, e daí se formou em batalha ao longo do ribeiro abaixo, algum tanto afastado dele, e levou consigo uma pouca de mosquetaria, que formou junto do batalhão do corno direito, e assim fez frente para a nossa gente. Os nossos destoutra parte so ribeiro se formaram, e assim estiveram grande tempo sem haver mais que uma bem travada escaramuça entre os batedores, com o que se recolheu o inimigo às suas linhas.

Pela tarde avançaram dois batalhões ao rastilho da porta do Calvário, foram rebatidos e com perda de dois cavalos que logo ficaram, afora os que levaram feridos. Lançaram fama que minavam pela parte do seu ataque, o que se achou pelo contrário. Neste dia choveu muita água, o mesmo fez quinta-feira, que passou sem cousa de que se deva falar. [A narrativa apresenta aqui alguma confusão: como veremos na próxima parte, a quinta-feira seguinte foi dia de azáfama - o autor talvez tenha querido escrever "quarta-feira", mas mesmo nesse dia registou um episódio curioso, como teremos ocasião de ver.] (continua)

«Relação de tudo o que passou em Oliuença e no Campo do Cerco e tomada da praça pellos Castelhanos. Abril anno de 1657», de autor anónimo,
Este texto corresponde à transcrição (com ortografia actualizada) de um manuscrito anónimo existente na Biblioteca Nacional, secção de Reservados, agora somente disponível em microfilme (FR 970), cujo título é Relação de tudo o que [se] passou em Oliuença e no Campo do Cerco e tomada da praça pellos Castelhanos. Abril anno de 1657.


Por Jorge P. de Freitas

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

“Olha se não tem dado uma dor de barriga ao polícia!”

Tratou-se de uma notícia do “Correio da Manhã” sobre um Damásio, e logo eu, na imprecisão do meu saber, lembrei um nosso sábio português, neurologista, famoso.

Não tinha nada a ver. Este meu era António, o dela parece que se chamava Manuel, mas não tinha bem a certeza, e eu aproveitei para lembrar a necessidade de rigor nos dados.

- O gajo foi presidente do Benfica. É podre de rico. Tem uma casa à venda por quinze milhões de euros na Quinta da Marinha. Tem só nove quartos e doze casas de banho e duas piscinas. Podre de rico porquê? Há dez anos pôs o ordenado mínimo na declaração. Era um Zé Ninguém, não sei bem o quê. A não ser que o homem diga que lhe saiu o euromilhões.

Suspirei, na visão radiosa de uma perspectiva que tantos de nós – todos, com certeza - ambicionamos ingloriamente, prometendo semanalmente e suplicantemente a Deus que, se nos sair, faremos muita gente feliz. Baldadamente.

Mas a minha amiga não vai em rezas, sempre de má vontade contra os ricos que, sendo pobres antes – pés rapados, diz ela, ou mesmo com calçado da feira – de repente brotaram em finanças, implicados em maroscas, amigos de outros poderosos, todos se interapoiando e todos brotando e “rindo”, como os “espertos regatinhos” da Serra que Jacinto e Zé Fernandes subiram de regresso a Tormes. Só que estes riam “com os seixos”, ao passo que aqueles riem “dos seixos”, que somos todos nós. Mas a minha amiga continuou:

- “Tudo pode ser é ladrão, porque se não for ladrão não tem safa”.

E citou mais um caso, o de Dias Loureiro, que também leu no “Correio da Manhã”, mas todos os jornais publicitam:

- Descobriram-se documentos incriminatórios, de fraude, burla, branqueamento de capitais, sabe aonde?

Ainda não sabia, sempre confiada no saber dela.

- Num esconderijo, ao pé da casa de banho. Mas logo Loureiro afirmou a sua inocência: “Se tivessem importância já tinham sido destruídos”. Mas há alguém que tenha a consciência mais tranquila do que eles? Não há. Que grande pouca vergonha! Dá vontade de dizer assim: “Olha se não tem dado uma dor de barriga ao polícia!

- De facto, confirmo eu, já na mesma onda. Foi uma dor de barriga providencial!

- Qual quê! Vai ver o que agora se vai dizer cá para fora! Enxurrada ou não, fica tudo na mesma!

- Pois! O autoclismo tudo lava. Melhor dizendo, purifica.


"Berta Brás"

Portugal e os traidores de este

Portugal durante a época monárquica foi um País que via no engrandecimento da nação, quer em dimensão quer em riqueza, o que de melhor podia fazer, ter e ser com a finalidade da criação de um elevado nivel de satisfação da população em geral.

Os valores anteriormente mencionados foram-se perdendo, desde o derrube da monarquia em 1910 passando pelas sucessivas crises e convulsões originadas pelo mesmo, conseguindo o País chegar ao caos em que nos encontramos neste momento, a partir de meados do ano de 1974. Não nos devemos esquecer que, apesar dos politicos nos fazerem crer do contrário, a década dos 60 do século passado foi um periudo de franco crescimento económico, ao ritmo de ca. de 6% ao ano, assim como a de maior criação de industrias no País, industrias essas que se foram e vão fechando desde 1974 até à data com a respectiva perca de postos de trabalho e criação de focos de pobreza.

Igualmente ninguém se deve esquecer que em Abril de 1974 Portugal era dos Países com mais reservas de ouro e divisas, e agora onde estão esses valores que ficaram á guarda da democracia ?.

Até meados de 1974 havia restrições para quem falava demais e nada fazia, como são os casos de dois senhores. Um que apesar da familia ser abastada, mas sabendo esta o que ele era nada lhe davam, vivendo assim dos dinheiros recebidos do ex-bloco leste a troco do mesmo poder fazer a ponte entre dito bloco e os grupos terroristas das ex-colónias portuguesas, talvez com o intuito de naquele momento fornecerem apoio logistico e armamento para mais tarde receberem, com juros, as verbas investidas o que se tem verificado desde 1974 até à presente data. O segundo senhor, que sendo filho de um abastado proprietário de uma escola sediada em Lisboa, recebia bom dinheiro destes para poder em França ter uma vida rica com bons carros, casas, frequentando bons hoteis e passando a vida em grandes festas sem nada fazer, actividades que o mesmo que ainda hoje pratica, com a diferença de que a partir de 1974 passaram a ser pagas não pelos pais mas sim pelos contribuintes portugueses.

Estes são 2 dos muitos traidores da Pátria, que tal comos os Peres de Trava no ínicio da nacionalidade, os Andeiros a meio da mesma e os A. Santos nos ultimos anos, vivem com a desgraça alheia de um povo que foi construido com a heroicidade dos nossos antepassados ao longo dos séculos, para ser destruido em poucos anos por um grupo de traidores à mesma. A grande diferença entre os traidores do passado e os do presente é que os do passado eram ajustiçados, pois existia justiça, e os de hoje são louvados e passam a ser herois da Nação, uma vez que hoje nem justiça temos.

Segundo os dois senhores primeiramente mencionados os ex-territórios portugueses que faziam parte não de Portugal mas sim do Império Português, deviam ser entregues aos seus legitimos donos, pois bem fizeram-no, agora faço eu uma pergunta que creio pertinente, e o actual espaçozinho que agora possuimos na Europa, será que não os devemos entregar também aos espanhois e aos mouros, uma vez que estes eram pertença dos mesmos?.

Finalmente, estes senhores roubaram-nos tudo, desde o dinheiro, passando pelo território, até chegar finalmente à dignidade e vontade de ser portugueses, estes sim que fariam de imediato morrer os grandes portugueses como Viriato, D. Afonso Henriques, D. João I, D. João IV, D. Manuel II, Salazar entre muitos outros, se os mesmos um dia resssussitassem.


João Vitorino

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Até hoje não caiu

Tratou-se da questão da falésia que soterrou cinco pessoas em Albufeira. Está a ser destruída, agora que cumpriu o seu destino e das cinco pessoas que se abrigavam à sua sombra, não mais acolhedora. Tinha um aviso cimeiro, indicando “perigo”. Mas nós não estamos habituados a obedecer, que nos faltou a disciplina de deveres e direitos cívicos na escola. Esses terão que ser ministrados na família, mas com a desorganização dos lares, andamos todos à balda e, por vezes mesmo, vamos parar aos Manes, sem passar pelos Penates, à conta da desobediência.

Até contei à minha amiga que costumamos encontrar um pai e uma filhita no café, desde a cadeirinha de bebé. A mãe é alemã, às vezes também aparece, o pai talvez seja um inglês, que fala bem português mas tem uma postura diferente dos pais portugueses. A criança já anda e corre atrás do meu Fox, e há dias afastou-se demasiado. O pai não se mexeu, sombra protectora, de pé, velando. Disse apenas: “Para aí não”. A criança virou-se, olhou para ele, e voltou. Os nossos meninos teriam ouvido várias vezes chamar, as mães teriam corrido atrás, teriam gritado em alvoroço de pânico. E a criança mais correria, na desobediência da sua liberdade – nós dizemos personalidade, cedo ainda para lhe chamar democracia – até ser apanhada, às vezes com uns açoites inúteis, porque não educativos, fruto apenas do nosso transtorno nervoso. Não, não estamos habituados a uma obediência que respeite normas. Somos brandos, individualistas, sem educação. E gritamos demais, com a indiscrição do nosso atraso.

Tudo isto a propósito das pessoas que se sentaram, pela última vez na vida. À sombra de uma falésia com inútil aviso de perigo.

Mas a minha amiga estava indignada.

- “Nasce-se com o destino”, disse agnoniada, bem no rasto do nosso fado triste.

- “Destino marcado!”, acrescento, sorumbática.

- “É muito perigoso, aqueles pedregulhos semeados em toda a costa algarvia. O que fazia aquele morro ali no meio? Aquele morro devia ter sido tirado. Até hoje não caiu. Chegou-se à conclusão de que não estão em condições. Vão deitar abaixo. Costumam cair mais no inverno, não no verão. Mas no inverno ninguém lhes procura a sombra.”

- “A ASAE devia tomar conta, que é mais eficiente no tratamento das falhas” digo eu no descontentamento sem tréguas contra tantos podres no nosso país.

- “Mas não as tectónicas. Eles têm uma coisa a que se agarrar: tiveram um sismo. Pobre gente! Nasce-se com o destino! Agora também compreendi porque é que não se alerta mais: porque não se pode estragar o turismo. Não se pode avisar que é perigoso. Desde Lagos, toda a Costa Azul é rocha e barro. Todas as praias têm aquilo. Mas não se pode avisar. Agora andam a ver se há mais falésias fósseis a ruir.

-“ Mas as pessoas voltam a sentar-se, não à sombra da bananeira ou da faia, que essas estão a arder, mas da rocha.”

-“ Pois! Elas pensam que não volta a acontecer. Não acontece no mesmo dia nem no mesmo ano! Não volta a acontecer é o que pensam. Por isso estar o aviso ou não estar é o mesmo. Só vedando: “Aqui não passas!”. Alguém sabia que estava a correr perigo de vida? E as pessoas brincam, e levam as crianças para as grutas, na aventura de entrar em castelos fictícios...”

-“ Mas há dias li um comentário sobre os tais avisos, informando que muitos há entre nós que não sabemos ler. Daí que sejam inúteis avisos destes. Mas o seu pessimismo foi porque não ouviu o nosso Primeiro Ministro, acho eu. Sobre o nosso actual sucesso escolar.”


"Berta Brás"