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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Copa do Mundo

As coisas são assim, dão certo e dão errado. Pessimismo nunca foi a minha praia. Logo, acredito que na Copa da África do Sul a seleção brasileira não vai fazer feio.
Minha confiança deve-se ao técnico Dunga, mesmo contrariando boa parte dos torcedores. Cujo elemento predominante de ensinamento é o “trabalho de equipe”, onde a conscientização de seus jogadores é de que as necessidades, compromissos e problemas individuais devem estar subordinados aos compromissos, necessidades e problemas da equipe. E o melhor: pouco se lixando para quem não comunga com suas idéias.
Note-se: isso nem sempre é fácil. Às vezes, alguns jogadores se chateiam, ficam indignados quando a equipe exige algum comprometimento extra. Mas, está aí, a história das Copas, a razão do sucesso das equipes vencedoras.
Estamos já em plena Copa do Mundo. Como disse um amigo meu, num espasmo de contentamento: “Não há mais flamenguista e corintiano, roqueiros e sambistas, petistas e tucanos. O povo se une pelo mesmo ideal: torcer para que o Brasil traga hexacampeonato”.
Na copa de 70, ainda menino, me lembro com implacável nitidez, aquela vitória do tri campeonato no México. O povo - de forma magnífica, estupenda, ululante alegria - cantando pelas ruas: A taça do mundo é nossa... Depois, compreendi o porquê da fraseologia citada magistralmente por Nelson Rodrigues: A seleção é “a pátria de chuteira”.
Não faz muito tempo, li um livro no qual registrava que, na Copa de 1958, o chefe da delegação da seleção canarinho, Paulo Machado de Carvalho, soube de última hora que o nosso time jogaria com a camisa reserva, azul. Desconfiou que os jogadores ficassem abalados e saiu por cima. Entrou vibrante na concentração, dizendo: “Sorte a nossa! Vamos jogar com a cor do manto da nossa padroeira!”. Tirou do bolso estampa de Nossa Senhora Aparecida. O Brasil goleou a Suécia por 5 a 2, trazendo o primeiro título mundial.
Vejam só. Nunca duvidei de que Deus escreve certo por linhas tortas. Entre mortos e feridos. Farpas e venenos. Agora, estou convencido que a Copa só tem graça (para nós) se houver a participação do Brasil e da Argentina. Como não bastasse a luta pelo melhor jogador de futebol de todos os tempos (Pelé e Maradona), tem a imprensa instigando a rivalidade entre os dois países latinos. Nossa! Nitroglicerina esportiva pura.
A causa da mania de grandeza ou mesmo uma irresistível propensão à arrogância dos argentinos, há anedotas célebres a respeito, como aquela do argentino que pensa que é inglês, mas é um italiano que fala espanhol, ou a que diz que o argentino se suicida atirando-se do próprio ego.
Então, só me resta ficar resmungando no meu canto: Que vengan los hermanos!

LINCOLN CARTAXO DE LIRA

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