Em questões de costumes, agir uma única vez que seja ao encontro daquilo que reputamos preferível; ceder aqui, na prática, conservando, contudo, a liberdade intelectual; comportar-se como todos e manifestar assim, a todos, uma amabilidade e uma bondade para compensá-los de alguma forma das divergências das nossa opiniões: - tudo isso é considerado, entre os homens um pouco independentes, não somente como admissível, mas também como “honesto”, “humano”, “tolerante”, “nada pedante”e quaisquer que sejam os termos que se usa para adormecer a consciência intelectual: e é assim que um tal faz batizar cristãmente seu filho apesar de ser ateu, outro cumpre o seu serviço militar como todos, embora condene severamente o ódio entre os povos, e um terceiro se apresenta á igreja com uma mulher porque ela é de piedosa família e faz promessas diante de um padre sem sentir vergonha de sua inconseqüência. “Isso não tem importância se algum de nós faz o que todos fazem e sempre fizeram” – assim fala o preconceito grosseiro! E o erro grosseiro! Pois nada é mais importante que confirmar uma vez mais o que já é poderoso, tradicional e reconhecido sem razão, pelo ato de alguém reconhecidamente sensato: é assim que se confere a essa coisa, aos olhos de todos aqueles que dela ouvem falar, a sanção da própria razão! Mil respeitos por suas opiniões! Mas pequenas ações divergentes têm mais valor!
‘Friedrich Nietzsche’
terça-feira, 10 de junho de 2008
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