Total de visualizações de página

quarta-feira, 4 de junho de 2008

NOSSAS APRECIAÇÕES

Todas as nossas ações se ligam a maneiras de apreciar; todas as nossas apreciações de valor nos são próprias ou são adquiridas. – Estas últimas são as mais numerosas. Por que as adotamos? Por receio: isto é, nossa prudência nos aconselha a ter a predisposição de tomá-las como nossas – e nos habituamos a essa idéia, de tal modo que ela acaba por se tornar a nossa segunda natureza. Ter uma apreciação pessoal: isto não significa medir uma coisa em função do prazer ou desprazer que nos causa, a nós e a ninguém mais – mas isso é algo extremamente raro! É preciso pelo menos que a apreciação que temos do outro e que nos impede a nos servir, na maior parte dos casos, de suas apreciações parta de nós e seja nosso próprio determinante. Mas essas determinações, nós as criamos durante a nossa infância e raramente mudamos de opinião a seu respeito; no mais das vezes somos guiados, por toda a vida, por juízos infantis aos quais nos habituamos, nascendo assim a maneira como julgamos o próximo (seu espírito, sua posição, sua moralidade, seu caráter, o que ele tem de louvável ou de condenável) e sentimo-nos obrigados a render homenagem a suas apreciações.

‘Friedrich Nietzsche’

Nenhum comentário: