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quarta-feira, 4 de junho de 2008

LUTERO, O GRANDE BENFEITOR

O resultado mais importante da ação de Lutero foi ter despertado a desconfiança em relação aos santos e a toda a vida contemplativa: somente a partir da sua época o caminho que leva a uma vida contemplativa não cristã foi novamente tornado acessível na Europa e um freio foi posto ao desprezo da atividade laica. Lutero, que se manteve um bom filho de mineiro depois de ter entrado no convento, onde, na falta de outras profundezas e de outros “filões”, ele desceu em si mesmo para ali cavar terríveis galerias subterrâneas – Lutero percebeu finalmente que uma vida santa e contemplativa lhe era impossível e que; a “atividade” que tinha desde o nascimento lhe minaria o corpo e a alma. Durante muito tempo tentou encontrar à custa de mortificações o caminho que leva à santidade – mas tomou por fim uma decisão e disse para consigo; “Não existe verdadeira vida contemplativa! Nós nos deixamos enganar! Os santos não valem mais do que nós todos”. – Essa era, é verdade, uma maneira bem rústica de ter razão – mas, para os alemães dessa época, era a única verdadeiramente apropriada: como ficaram edificados ao poder ler no catecismo de Lutero: “Fora dos dez mandamentos, não há obra que possa agradar a Deus – as obras espirituais tão elogiadas dos santos, são puramente imaginarias!”

‘Friedrich Nietzsche’

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